segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Livraria

Na viela eu a vi
Era minúscula
E gigante

Seduziu-me
Com suas histórias
Sua música pelas estantes

Era tudo ímpar
Um mundo a parte
Sua música, sua voz, seus livros
Dispostos em suprema arte

Entrei, não hesitei
Também queria participar
Onde os livros são os mundos
Não há lei para novos criar

Senti me na solidão
No profundo do meu ser
Ali havia vários comigo
Me lendo e por mim sendo lidos,
Nossa forma particular de viver

No momento em que comecei
a exaurir e pelas nuvens flutuar
A porta começou a se abrir
O relógio lá fora a me chamar

Dizia-me com convicção: é hora de retornar.
Sua vida está fadada pra todo sempre na realidade
se perpetuar.

Mas grande consolo me deu, havia brilho no olhar.
Disse-me com exatidão: tens-me do lado seu,
sempre que quiserdes aqui voltar.
Tens todo tempo do mundo.
Nunca deixarei de fazer-te sonhar.
És uma partícula do céu, através dos mundos para lá voltarás.
Nunca deixe de escrever e com outros compartilhar.
O mundo mágico que é teu, todos tem um lugar.
Lá não há choro, sofrimento, nem dor para ninguém.
Basta apenas os olhos fechar.

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