quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ela era gostosa demais
Perigosa demais
Astuta demais para estar ao meu lado

Ela, cínica demais
Arteira demais
Bonita demais para eu bobear

Ela não falava muito
Mistérios
Dava-me segurança alguma
Não dava para com ela jogar

Contudo não havia razão
Para tamanha audácia rejeitar

Leveza no toque e força no olhar
Quadris que me enlouqueciam
Lábios que faziam viajar

Não consegui ficar longe dela
Não cabia a mim decisão
Meu corpo por ela gritava
Perdido fiquei em suas mãos

Ela desprovida de qualquer senso ou juízo são
Abriu-se e meu deu sua vida
Entregou-se em minhas mãos

Dela fiz o que quis
Ela não se pôs a reclamar
Dava-me liberdade e com isso me prendia
Impedindo-me de verdadeiramente amar

A paixão durou muito tempo
Por aquela mulher, louco fiquei
Não queria com ela jogar, sabia: sairei perdendo
Dela virei freguês

Mas o tempo passou e a paixão de mim saiu
Ela, de verdade, não me quis
Comigo jogou; sentimento sem raiz
Hoje cultuo minha solidão e a sensação de sozinho ficar
Porque hoje sou dono de mim, não me levo por paixão
Nem sei se quererei algum dia
Sinceramente alguém amar.

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