sábado, 19 de dezembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Dona - Roupa Nova - Composição: Sá & Guarabyra
Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz
Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração
Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!!!
Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Não há pedra em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão
É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição
O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona! Dona!
Dona! Dona! Dona!
Dança no ar
domingo, 25 de outubro de 2009
O blog mágico
Mergulho
domingo, 18 de outubro de 2009
**Descomplexando a Cinderela**
Quem conhece a carta que escrevi há pelo menos dois anos atrás, enquanto esperava meu amado príncipe? Para quem não conhece, segue a transcrição abaixo.
“*A espera do Amado*
“Antes de você chegar era tudo saudade...” (Tony Garrido)
“Onde andará o meu amor?” (Maria Bethânia)
Aguardo-te, e por isso quero me guardar. Sei que chegarás, meu amor, meu irmão, tu chegarás.
Não sei quem tu és, que cor de pele tens. Sei que já te amo de paixão, és o meu único bem.
E te amo com tudo que tenho. E te amo com tudo que sou.
Meu ser desde sempre clama pelos afagos do seu calor.
Não sei de onde virá. Ou onde irá aparecer. Entretanto, meu coração a todo instante pressente você.
Em cada gesto do meu corpo, em cada pensamento que há em mim, desejo a cada segundo ter você inteiramente para mim.
E eu também serei só sua, de corpo e alma, em plena nudez. E quero com você partilhar a vida, o prazer e amor que o Criador de presente nos fez.
O tempo de espera poderá ser breve, ou uma eternidade sem fim. Contudo não se compara a imensidão de amor que tu também já tens por mim.
E tamanho amor não há tempo que possa abater. Ou distância que possa superar. Um amor que nasceu da perfeição eterna a morte não pode amedrontar.
Ainda assim apelo-te: não demores na saída, embora nunca tua chegada venha a ser em vão. Estarei te aguardando, descansarei sobre teu peito, sentido-te sob as minhas mãos.
Não me prometas nem céu, nem terra ou mar. Promessas não me são precisas, pois sei que você é tudo que eu possa desejar.
Minhas palavras são adocicadas pela pureza do mel do nosso amor, que só aumenta e não precisa de mais nada, que é perfeito como a flor.
Permaneço aqui, fiel, até o dia em que chegarás, revestido de formosura e beleza para a minha vida libertar.
Estou presa na Torre de Mármore, mármore da liberdade sem fim. Sou prisioneira da leviandade, meu algoz é o prazer, todo prazer que há por aqui.
Somente algo nesse mundo poderá me libertar: o amor idealizado do meu sonho de criança do príncipe encantado de amor que chega para mim, para sempre sempre sempre ... sempre me amar e jamais deixar.”
Leram?
A história continua...
“*O desespero do amado.*
Estava cansada de esperar, na Torre de Marfim, o tal do amado. Já estava aborrecida, pra não dizer puta da vida, com esse idiota inconseqüente.
Esperei, esperei, esperei. Não veio?
Parti pra o ataque. E parti bonito!
A primeira coisa que fiz foi tirar aquele vestido cafonérrimo que cheirava à naftalina. Depois joguei um jeans que acentuou meu quadril, um corpete com enchimento e um scarpin ponta de agulha, nº 10, vermelho. Por fim, tratei de cortar aquela trança pesada, tonalizei os fios e fui pra pista. Foi aquela festa!
Eu solitária na torre daquele castelo frio, tava perdendo a maior balada no povoado. Vuco-vuco pra todo lado!
As pessoas sequer me reconheciam trajada à la modernidad. Deixei de ser princesa, me tornei P... Periguete! E fiz sucesso...
Quando encontrei um corpinho no esquema, me fiz. Adorei. Não fazíamos declarações de amor, nem falávamos difícil, na verdade, ele era um tanto monossilábico: “E aí?” “Já é?” “Mó filé!” “Ta afim?”. Planos para o futuro!? Curtimos um lance muito quente... E isso foi tudo. Ele me excluiu do orkut, eu o bloqueei no msn, fim. O tal lance, já era...!
Continuei no pique, estava daquele jeito. (E eu esperando por anos o retardado príncipe para nos casarmos... Descobri: ser solteira é muito bom!)
E quando periguete na noitada eu estava, quicando no calcanhar, fervendo no caldeirão do Salgueiro... Adivinhem quem surge do nada? Feio, cafona e alienado?? O meu ex-amado! Anos atrasado, não satisfeito, parou a festa por causa daquele pangaré velho e sujo. Desmontou do bicho, e pior, acenou para mim, ajoelhou e estendeu um anel que brilhava mais que as luzes do lugar.
Preciso dizer que ignorei? Não, né. Aff... Ignorei. Caminhei fatal até o D.J., mandei que voltasse o som e o funk ressoou: “Livre, solteira e desempedida. Não importa o que falem, eu só quero curtir a vida...” E foi nesse som que me acabei. Quando me lembrei do idiota, olhei e o vi desesperado sendo carregado pelos seguranças. Voltei a dançar, e foi desse jeito a noite toda. E fui feliz para sempre”
Leram? Bom.
Esse é um relato verídico de uma ex-princesa liberta de seu complexo de Cinderela. E quanto a vocês, meninas? Continuarão esperando o amado?
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- Hoje estou casada com Cláudio, meu amigo, amante, namorado, marido. De príncipe, ele não tem nada. Às vezes apronta comigo. Estamos juntos e já vivemos tanta coisa... Também apronto com ele, queimo roupas no ferro, gasto muito, mas é sem querer, querendo. Sobretudo, nos amamos e somos companhia um do outro. E ele, eu que lacei. Quando o vi desde a primeira vez, disse para mim: este aí é meu!
Amiga, vai e escolhe um para você. E se quiser, faça dele teu príncipe, escravo, amigo, corpinho, o que combinarem. Mas vai, escolhe você. Escolha a pessoa que quer, não espere por nada não. Agora tenho que ir, vou buscar as crianças na casa da mãe dele...
Beijos.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Faber-castell
Ela se disfarçou de homem para prosseguir. Escondeu seus cabelos, vestiu a armadura e foi para arena lutar. Não conhecia a força dos seus oponentes, e sabia que sua força não era a maior. Mas sabia que iria lutar, mais que isso, sabia que iria vencer.
Uma dama jamais deveria se colocar numa arena, com armas e armadura sobre um cavalo de crina reluzente para defender seu futuro reino e garantir seu reinando. Mas ela era a única que defenderia seus desejos, sonhos e ideais.
Era ela quem realizaria seu próprio destino, pois ela mesma já o tinha traçado. Nada, nem ninguém se colocariam como obstáculo entre ela e todos os seus desejos e sonhos. Por mais que o medo, a insegurança e a tristeza, a decepção e o assombro viessem sorrateiramente tentar minar suas forças e desvirtuá-la de seus propósitos, ela não sucumbiria.
Ao entrar no pátio o sol reluziu sobre suas vestes e ela brilhou como o próprio sol. A crina de seu cavalo reluziu tão vermelho que a armadura ficou como incandescente – quente, viva, imortal. O animal, que sentiu a energia, a força e vibração tamanhas, se inclinou ao alto. Ela confiante segurou-se firme e sorriu. Ali, naquele instante, já sentia o sabor da sua vitória.
domingo, 13 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
Tecidos e fios
sábado, 22 de agosto de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Keila...
Karla...
sábado, 8 de agosto de 2009
Oirogerg
Se você sentado na platéia chora a tragédia da sua vida
O que adianta as luzes, o dinheiro e o glamour
Se os seus sonhos verdadeiros estão soterrados nos escombros da sua alma
E se é conhecido de todos,
Mas não conhece quem verdadeiramente é e não ouve a voz que clama dentro de você
Não adiantará nada satisfazer as necessidades do mundo
se seus desejos e vontades não são satisfeitos
Ame ao mundo como ama a si mesmo... Se ouça e ouvirá o mundo...
domingo, 2 de agosto de 2009
Mulher e Depressão - fragmento de "O futuro da humanidade" (Agusto Cury)
sábado, 1 de agosto de 2009
SOFIA
domingo, 26 de julho de 2009
Meu estômago diz uma coisa
Minha cabeça outra
E meu coração quando fala, chora
Não sei o que fazer, não sei mesmo
Ainda sou uma garotinha, que faz beiço e chora com o nariz fungando
E que olha para o alto e suspira fundo
E pede ajuda a Papai do Céu em silêncio
E engole tudo o que está engasgado E não sabe dizer o que é
E chora chora e só chora
Simplesmente não entende
Se esforça, mas não consegue entender
quinta-feira, 9 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
O que gosto nos homens
O que eu gosto nas mulheres
sábado, 4 de julho de 2009
A Mulher e o paradoxo do macho-alfa (Este texto não foi escrito por mim, mas vale a pena tê-lo aqui.)
A Mulher e o paradoxo do macho-alfa
(disponível em: http://animaltropical.blogspot.com/2008/06/o-paradoxo-do-macho-alfa-e-mulher.html)
Não tenho mais pudores em me sentir atraída por mulheres. Pelas Gostosas. Cada uma a sua maneira, todas têm uma liberdade autoconcedida, que você reconhece de longe. A sutileza natural e sem maquilagem, um vocabulário comum, lembranças de menina e moça que compartilhamos com autocrítica e orgulho, a coisa de ser meio mãe, meio amiga, meio louca. A necessidade de transgressão. Dores e delícias de ser Mulher. Tão linda, e tão maravilhosa, que surge um tesão por aquilo que somos, essencialmente, mas que passamos a vida inteira aprendendo a perceber de uma outra maneira. Mulheres são criadas para serem mulherzinhas, mesquinhas, competitivas, arrogantes e muito pouco naturais, e isso é o que faz de muitas de nós tão chatinhas.
Ok, impossível negar que tem aquelas coisas de homem. O corpo, uma das maiores perfeições da natureza. As mãos, as veias pelos braços, os músculos das costas, as pernas, aquela quebradinha deliciosa que leva ao falo. Além de ser belo, o homem ainda sabe exercitar safadeza nos mínimos detalhes, aquela coisa de parar pra ver uma bunda e te deixar com ódio, mas te pegar com força e fazer você querer se sentir vulnerável. Mulherzinha, mas no melhor sentido da palavra.
Estou saindo com um belíssimo exemplar de macho alfa. Bofe, atitudeiro, algo bruto, safado, possessivo e, definitivamente, apaixonante. Tão alfa, tão alfa, que é quase patético. Ainda que me dê muito tesão, em vários sentidos. É que machos alfa, assim, acabam se transfigurando em boçaizinhos quando comparados com mulheres interessantes, essencialmente bonitas, cúmplices e sem preconceitos, capazes de rir de si mesmas. Daí me acho meio boboca, me sentindo atraída e querendo atrair homens assim, quando, na verdade, liberdade mesmo é poder dar uma bela pinta (fazendo topless se possível) e se divertir ao lado de outras mulheres tão lindas, tão autênticas e tão francas, e passando ao largo de todos eles (os machos-alfa).
Freqüentemente tenho a sensação de viver num jogo de videogame criado por meninos. Desempenho tarefas, cumpro provas, pulo obstáculos, sempre tentando me superar. Mas quando consigo subir ao pódio da vitória não contenho a preguiça da simplicidade burra com que eles funcionam. Homem é simplório, enquanto nós, mulheres, explodimos numa profusão de matizes, nuances, insinuações, finas ironias, sutilezas e tudo o que faz de nós seres “complexos”. E nessas horas não consigo deixar de pensar no quão rudimentares eles permaneceram. Criaram o mundo, a cultura e as civilizações, mas continuam os ogros de sempre.
Como qualquer mulher falando com a cabeça, creio que os verdadeiros Homens são os nerds, os sensíveis, os cavalheiros, os maricas, os nem tão bonitos assim, os muito bem-humorados. O problema é que eles são seres tão complexos, tão legais e que vêm tão prontos, que já não servem para ser os bofes. São os amigos que a gente ama, com os quais descansamos da “máscara-de-ser-mulher”e às vezes até trepamos, mas que não precisamos conquistar porque estamos do mesmo lado.
O próprio termo “bofe” denota um certo preconceito da minha parte, mas, paradoxalmente, são os homens que mais e melhor me dão tesão. A presença marcante, a virilidade, o arquétipo social, a tosquice. Não posso negar meu instinto natural de fêmea e dizer que os modelos masculinos cultivados por mim e pelas mulheres ao meu redor ao longo da minha vida não me impregnaram profundamente... Mas esses são aqueles mesmos boçais, incapazes de jogar um maço de cigarros vazio no lixo, de fazer as coisas mais simples e coerentes, e ai que preguiça me dão! E assim sucessivamente, nesse círculo do tesão pelo masculino...
Como todo mundo, tenho cabeça de homem e de mulher. E tenho tesão por homem e mulher.
Postado por Chica X às 09:45
Marcadores: homem, mulher, sexualidade, tesão "
A aposentadoria do macho alfa
Revista Época - eletrônica.
(Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76422-6077-457,00.html)
Macho alfa é um conceito corrente em biologia. Serve para designar o líder de um grupo de animais de ordem superior, como lobos e primatas. O macho alfa tem força, habilidade para caça, facilidade para tomar decisões, personalidade marcante e bravura. Esse macho demonstra sua autoridade, jamais permitindo que os outros animais se insurjam contra ele. É o primeiro a se alimentar e possui primazia na escolha das fêmeas. Mostra seu domínio rosnando, mordendo ou dilacerando outros animais. Até que sua superioridade seja posta à prova por outro integrante do grupo. Se o desafiante vencer o macho alfa no embate, assume sua posição. A realização pessoal para nós, indivíduos do sexo masculino, sempre esteve fortemente associada a tornar-se um macho alfa.Como sou portador do tal cromossomo Y, quando quero conseguir certas coisas tendo a me comportar como um macho alfa. Mas, ao agir assim, em geral sou malsucedido. Será que não passo de um macho beta, gama ou outra letra grega indicativa de minha inferioridade no campeonato dos machos? Em vez de me considerar um fracasso, preferi aprofundar a análise. E cheguei a conclusões mais satisfatórias para meu ego.Parece-me que, diante das violentas transformações das últimas décadas, o tal macho alfa está se tornando um modelo obsoleto por sua ineficiência. A emancipação das mulheres, a globalização, a internet e outras novidades criaram um novo jogo. Ele substituiu a regra anterior de "o-vencedor-leva-tudo". O mundo de hoje é mais complexo e mais interdependente. Neste novo mundo digital, consegue mais quem transmite melhor as idéias, negocia propostas e convence os outros a cooperar para ir na direção pretendida. Tente comandar unilateralmente, e você estará a caminho do fracasso.Muitas empresas já perceberam que o sucesso depende mais da cooperação que da coação. Falar grosso nas organizações mais modernas não parece funcionar mais como antigamente. Quanto mais sofisticados ficam os processos e a produção, menos espaço existe para escravidão ou autoritarismo. Por isso, chefes tipo capataz estão sendo cada vez menos valorizados.
Além de dividir as tarefas de casa, os novos pais querem mais intimidade na relação com os filhos
Também nos papéis familiares o macho alfa começa a perder espaço. Em seu lugar emerge um novo papel masculino: o pãe. O termo vem da fusão das palavras pai e mãe. Certamente foi criado por mães maledicentes, temerosas de que alguns homens estejam querendo competir com elas. De fato, os pães trocam fraldas, sabem dar banho em bebês, adoram passear com as crianças nos parquinhos, inclusive em dias de semana. Eles ousam chegar atrasados ao trabalho e assumir claramente que o motivo foi uma reunião ou um teatrinho na escola. Alternam tarefas com a mulher, como levar a criança à escola e ao médico. Também acompanham deveres escolares de perto. Sabem os nomes dos medicamentos e dos professores dos filhos. Mas esse novo tipo de pai almeja mais que apenas se envolver com a operação doméstica de cuidar dos filhos. No fundo, o que os pães querem é criar um vínculo maior com seus filhos. É um quesito no qual o pai macho-alfa-provedor de antigamente ia muito mal. Desde o século XX, as mulheres têm se libertado de várias condenações que lhes foram impostas pelo patriarcado, estão mais e mais educadas e certamente vão provocar cada vez mais mudanças na sociedade. Desde que o mundo é mundo, o crime, a violência e a barbárie estiveram sempre mais associados ao cromossomo Y que ao X. Nesse contexto, pode ser que o declínio dos machos alfa tragaperspectivas mais sábias e venturosas para nós do sexo masculino.
RICARDO NEVES é consultor de empresas e autor de Pegando no Tranco - O Brasil do Jeito Que Você Nunca Pensou.
www.ricardoneves.com.brrneves@edglobo.com.br
quinta-feira, 2 de julho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Fofo demais
História para os netinhos: Patinha Feia
Algum tempo atrás havia uma jovem que queria aprender a ser uma grande mulher. Mas ela não sabia como.
Ela conhecia um pouco de grandes mulheres pois já tinha visto delas em filmes, lido em livros, assistido novelas. E sabia que estava muito distante de ser quem e como ela queria.
Então tirou sua maior bolsa do armário, colocou algumas roupas, duas frutas e um biscoito e saiu mundo a fora. Ela foi aprender e procurar o que queria encontrar. O detalhe é que ela não sabia o que queria encontrar.
Ela contava com duas ajudas mágicas: uma bússula que a dirigia por onde ela tinha que ir e um relógio que a avisava a hora de partir. Era fácil o caminho desde que ela se atentasse para os objetos mágicos. Mas nem sempre a jovem obedecia a bússula e o relógio. Perdia tempo em lugares que já devia ter deixado, e ia a lugares que não precisava ir. Depois de algum tempo aprendeu a ouvir a magia. Se aproximou dos lugares e pessoas certas. Aprendeu o que queria às vezes o que precisava, e no momento exato partia. Já não ficava triste na partida, já entendia que isso era uma etapa no processo. Muitos lugares bonitos e pessoas queridas ficavam para trás. E lugares mais belos e pessoas mais interessantes surgiam a cada partida. Chegou o dia em que chegou perto de esplanada diante de um luxuoso edifício comercial. Nessa esplanada, próximo ao edifício, havia uma linda fonte. Nossa jovem subiu os degraus que davam para a fonte, quando parou assombrada com a imagem que via. Era a mulher mais linda, elegante e luxuosa que já vira em toda sua vida. Andava com leveza, traços finos, olhar firme e gracioso sob os elegantes óculos de sol. Quando percebeu, aquela mulher havia parado de caminhar. Quando a jovem foi se aproximando, notou que aquela dama também se movia à medida que ela própria andava. Foi então que percebeu que se via refletida na vidraçaria espelhada do edifício. Sorriu feliz e orgulhosa. Se virou e soube que chegara a hora...
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Heresias II
Deleitar-se com a presença de quem se ama, mais que com as agitações de "como ser" ou "como fazer" as coisas do modo certo.
Heresias I
Versos Simples
(Chimarruts - Composição: Cassiane Silva / Richardson Maia)
Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito
Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito
Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo
Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão
Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração
<<http://www.youtube.com/watch?v=Fj-SkUCSf-I>>
De repente...
Sempre que nos cruzávamos ele me olhava de um modo que me incomodava. Com o tempo o meu olhar passou a ser como o seu. E dizia-me coisas que me faziam rir com as bochechas coradas, e olhos para o chão. De tanto ouví-las, fiquei curiosa, muito curiosa com aquele modo de ser.
Ele não era o meu tipo. Não mesmo. Branco. Mas desde o primeiro dia que o ouvi, que o vi, algo nele ressoou em mim. Era o contrário daquilo que acostumada a desejar, exceto pela forte personalidade, presença de espírito, inteligência e sagacidade.
Sem perceber estava envolvida. Sem querer, o amava. Não era amor romântico, não... isso não... Era o amor-amor. Amor sem que nem porquê. Pura admiração, curiosidade, atração, química, amizade. Amor sem dependência e sem necessidade. Poderia ter passado a vida inteira sem tê-lo e ser feliz. Entretanto optei por tomar com ele um drink, aceitei seu convite.
E antes do drink, o primeiro beijo. E no segundo drink, o primeiro aconchego. E no terceiro drink, socorro! Vou embora! Fugi, atravessei a cidade, fui para minha casa dormir.
Quando nos vimos novamente, eu: olhos arregalados, respiração presa, olá. Ele, simpático, normal, jovial. Percebeu que não era para mim, como para ele, natural. E só tinha sido o primeiro amasso. Sua ação, bom humor e atenção, aliviou-me a tensão.
E sempre que tinha oportunidade me convencia da liberdade que o ser humano pode e deve ter, e da pulsão humana, por morte, sexo e prazer. Ouvia calada, atenta, às vezes refutando alguns argumentos seus, apenas para ouvir como se sairia...
Cativou minha inteligência. Essa é a minha fraqueza. Não me importa muitas coisas, inclusive beleza. Interessa-me se há química ou há inteligência. E se há as duas em conjunto, pronto, acabou o mundo... paixão! E desta fui pega é de surpresa... ;)
sábado, 13 de junho de 2009
Quando amei
Olhei para um lado, olhei para o outro, e ninguém estava vendo, amei
Lancei os olhos ao chão, minhas bochechas coraram, senti vontadade de sair correndo, mas permaneci, amei
Neguei, para mim não era amor, amei
Peguei minha bolsa, bati a porta, tomei um táxi, uma lágrima rolou, amei
Pedi perdão, baixei o olhar, reconheci que errei, desejei mais algum tempo ficar, amei
O tempo passou, aqui estou, o vento meus amores levou, amei
A solidão me namorou, meus lábios beijou, meu corpo saciou, me amou, amei
Quando ela partiu, sozinha não me deixou, me trouxe um novo amor, e também este amei
Amei com a razão, usei a emoção, deixei vacilar o coração, o corpo expulsar o tesão... saciei minha emoção, transpirei satisfação, fui amiga da razão, amei
Quando amei, eu nasci, passei a existir
Companheira e amiga, fui amante de mim
Sonhar
Eu gosto de sonhar
Gosto de sonhar que estou voando
Adoro voar nos sonhos, sou grande, forte, vejo tudo do alto
E também adoro sonhar que estou correndo, sou valente, rápida, nada pode me deter
Às vezes sonho com perseguição, o abismo me persegue. Mas nunca caio no abismo. Nunca caio.
Às vezes sonho que estou caindo, mas minha cama sempre me salva. Ela sempre está embaixo de mim, me esperando. Eu caio nela, acordo e volto a dormir.
Mas às vezes tenho pesadelos. Quando tenho pesadelos que me deixam alterada, levanto e vou dormir com minha mãe. Primeiro tento dormir sozinha, forte, valente e corajosa que sou. Se não dá certo, passo direto para o quarto da mamãe. E lá durmo feito um anjo. Ela é como minha cama, está sempre perto quando preciso. Adoro minha cama, amo minha mãe.
Mutação II
era cedo da manhã, era noite
E todos os dias de noite eu dormia
E acordava cedo da manhã, ainda noite
Eu dormia azul, acordava cinza
Dormia azul, acordava cinza
Acordava cinza, dormia azul
Até que num dia, acordei azul
E fiquei azul para sempre
Até que eu morra
Aí virarei cinzas de verdade
Mutação
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Abri mão
Joguei fora as canções de ninar que embalaram meu cochilo no regaço do lar.
Disse adeus a papai e mamãe que eu mantive unidos na imaginação. Fiz as pazes com minha irmã, aquela que nasceu comigo e mora em mim, pois ela também sou eu.
Passei a me ver no espelho, tal como sou. Não mais menina, mulher. Assumi os riscos de viver uma vida adulta, com responsabilidades, medos e possíveis frustrações. E com isso o prazer inestimável das grandes realizações.
Abri mão por mim e para mim, mas sabendo que assim serei real e de carne e o osso para o outro. Assim serei eu.
28/10/2008