sábado, 19 de dezembro de 2009

Nunca se sabe muito sobre si. Nunca se sabe muito sobre o outro. Mas chega a hora de ser você. De realizar seus sonhos. De conquistar aquilo que deseja ser e deseja ter. Ninguém fará isso por você. Não espere que te tragam o livro que gostaria de ler, ou façam e te tragam aquela comida que deseja experimentar. Não espere que a oportunidade bata a sua porta. Nem espere que por mágica seu quarto e suas coisas se arrumem, sua internet volte a funcionar e seus inglês seja o mais perfeito. Não espere que dêem a promoção que você deseja. Nem acredite que um guru lhe dirá exatamente o que há de se fazer. Não adianta chorar debruçada na janela por uma ajuda e socorro que não vêem. Sua comida não virá numa mamadeira enquanto você mal acorda na cama. Sua inteligência não te colocará a frente de nada se não houver esforço e determinação. Defina seus desejos, suas prioridades, cuide do seu jardim. Cuide do que é seu, cuide-se. Ame-se. Não desanime. Não esmoreça, não perca tempo com futilidades. Não se culpe por seus erros e nem se abata com suas derrotas. Levante, erga a cabeça e vença mais uma vez. Faça a diferença hoje onde você está. Seja a melhor em tudo. Seja exemplo. Seja justiça, verdade e lealdade. Ajude. Dê primeiro. Ame. Seja justa. Eu te amo muito. Nunca te deixarei nem te desampararei. Seja na água, no fogo, na angústia, no medo, em qualquer provação, estarei contigo. Serei teu auxílio, serei teu guia, serei a mão que segura e dá segurança. Confie em ti, seja o que você é independente do lugar ou circunstância. Recebe sua vida com um dom divino. Seja grata por estar aqui e poder experimentar cada experiência que vivencia. Mas não se contente com menos do que aquilo que você quer e deseja.

domingo, 15 de novembro de 2009

Dona - Roupa Nova - Composição: Sá & Guarabyra

Dona desses traiçoeiros

Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz

Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração

Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher

Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!!!

Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Não há pedra em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar

Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão

É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição

O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona! Dona!
Dona! Dona! Dona!

Dança no ar

O vento veio suave e beijou meu rosto
Bailou em minha volta
Rossou minhas costas
Olhou nos meus olhos e sorriu

Se espalhou pelo tempo
Me convidou para o acompanhar
Saltei na areia da praia com braços abertos
Ergui a cabeça, ele adentrou meus pulmões

Com leveza flutuei, subi, voei, bailei
Em rodopios artísticos meu corpo já não era meu
O vento me levava, ele me emprestava a mim para eu sentir o prazer
Rodopiamos mais várias e várias vezes

Com graça e gentliza foi me delizando no ar até que meus pés pousaram novamente no chão
Senti cócegas no nariz, espirrei
O vento saiu de mim e voltava a bailar ao meu redor
Acariciou mais uma vez o meu rosto e partiu dançante e brincalhão,
Convidou-me para dançar, e sempre sempre sua leve canção bailar...

domingo, 25 de outubro de 2009

O blog mágico

Quando eu descobri que meu blog era mágico, saí correndo e vim escrever. Sim, porque tudo que eu escrevo como sendo uma verdade, desejando que seja realidade, se torna. Então pensei, vou escrever tudo que desejo no meu blog, assim, com a magia tudo será realizado. Então vamos lá, é 1, é 2, é 3!
Quando eu crescer quero ser linda, cabelos longos cacheados hidratados e fortes, quero lábios em formato de coração e rosados, cintura fina e com o corpo igual das minha boneca barbie sem o machucado no joelho que eu fiz na boneca. Quero ter muitas roupas bonitas, e rosa será minha cor preferida, junto com o verde e o azul. Quero sempre estar maquiada, com bolsas pequenas, grandes e coloridas, com muuuuuuuuuuitiiiiiiiiiiiiiiiissimos sápatos, altos e coloridos também. Quero trabalhar e ser muito inteligente com unhas grandes e pintadas. Quero ter solução para todo e qualquer problema e quero ter folga sempre que eu quiser, durante a semana. Quero que todas as mulheres da minha empresa tenham liberdade de ser mulheres, lindas, inteligentes e amadas. Quero que todos os homens sejam vaidosos, com ombros largos, que praticam esportes e amam as esposas (as deles, não as dos outros!). Quero que os filhos dos meus funcionários tenham o direito de ir ao trabalho de seus pais sempre, e que tenha creche e babás à disposição. Quero que meus funcionários trabalhem felizes, e que trabalhem 1/4 a menos que nas empresas dos meus concorrentes. Quero morar numa apartamento na Lagoa com piscina pois ele será o lá de cimão. E quero ter um marido e não quero precisar ou ter amante. Quero ter filhos em algum momentos e quero crianças atazanadas assim como eu sou: que me deixem louca assim como eu deixava a minha mãe, se eu não tenho que pagar por isso ser algo ruim, quero me divertir com eles sendo tão parecidos comigo. Quero que minha mãe e meu pai fiquem vivos para ver tudo isso, assim como ver a minha irmã usando piruca branca e batendo o martelo igual quando brincamos e colocamos toalha para fingir que é cabelo, mas com ela já sendo grande também. Quero manter os meus amigos, mesmo tendo muito dinheiro. Quero ver sempre as minhas amigas de escola. Quero que meu marido seja muito inteligente, e seja paciente comigo e me aceito do jeito maluquinho que tenho certeza que vou manter. Quero que ele seja igual Seia dos Cavaleiros do Zodiaco, corajoso, seguro, determinado a defender a deusa Atena, eu. Quero que ele trabalhe e seja feliz no que faz, além de bem sucedido é claro. Quero viajar de férias para ilhas, quero ver a neve, quero fazer esporte radical - quero pular de paraqueda, subir uma pedra, e pular de bump jump, e sobreviver a tudo isso. Quero ser uma grande mulher, sábia, linda e culta. Quero cativar a admiração de meus funcionários, amigos, marido e filhos. Quero lembrar da data de aniversário dos meus amigos, e lembrar de comprar o presente de casamento deles, assim como não esquecer o dia do casamento - deles e do meu. Quero andar de cavalo, ser mestre de yoga e a deusa do sexo tântrico. Quero fazer dança do ventre e ter um queijo no meu quarto para dançar para o meu esposo sempre que ele merecer. Quero a paz mundial. Quero o fim da guerra do tráfico. Quero ser passista em pelo menos um carnaval. Quero ter netos, quero envelher bem, com joelhos fortes e a libido lá em cima, assim como quero que meu marido me acompanhe. Não quero me divorciar. Quero amar, ser amada, ser amiga, leal e companheira e receber isso em troca. Quero ser para sempre amiga da minha irmã, quero amar a família dela como sendo minha, porque é. Quero não amar o dinheiro, não quero amar o poder, e não quero jamais acreditar que já consegui tudo que a vida pode oferecer. Quero ter compaixão. Quero ajudar meu próximo. Quero ajudar a melhorar o mundo. Quero a justiça, a paz e o amor. Quero viver a vida com vida até a morte. Quero morrer um dia. Quero poder ser a melhor anfitriã da morte e recepcioná com um: seja bem vinda. Quero abençoar os meus antes de partir e quero crescer, me tornar mulher, um mulherão, mas ser assim, uma criança de coração, até morrer.


Mergulho

Ana Letícia pegou o diário da irmã de seu namorado. Começou a folhear e parou para ler o que observou com o título - Minha casa, minha vida - que dizia:
Minha casa é o meu coração
E confesso que não é o lugar mais arrumado que já vi
Tem tantos lugares difíceis de acessar, recantos e comôdos intocados
Há alguns sentimentos presos, com o sangue pisado. Entretanto há muita alegria solta e algo de plenitude e paz
Escondo nele o amor, e não deixo sair. A paixão que às vezes vem não raro fica prisioneira, e para sair causa uma grande explosão com estilhaços para todos os lados
Meu coração é muito novo, e imaturo, ficou muito tempo medindo os seus compassos
Atualmente está machucado, com uma cicatriz endurida, mas a quase se fechar de vez. Contudo carrega consigo além de alegria, muita esperança e fé enxarcadas em baldes de coragem.
Não teme o futuro, atualmente prefere se entregar de braços abertos passando por sobre os receios, com muita inteligência e astúcia.
Meu coração é o meu lar
É aqui que eu moro
Eu moro nele, e ele mora em mim.
Ana Letícia parou a leitura no meio, uma vez que percebeu tamanha intromissão e mais ainda porque sentiu grande inquietação. Aquela leitura causou uma sensação desconfortável. Texto estranho, não é profundo, não é bonito, mas mexeu com algo em mim, ela pensou.
Ana acabou tendo contato com a confusão de seu coração, com seus recôndidos protegidos, com suas emoções secretas, suas mágoas retidas, perdões não liberados, inveja e ressentimentos guardados, amor desprezado. Ela acabou embarcando sem previsão numa viagem para dentro de si. Viagem onde pôde reencontrar amores desperdiçados, corações despedaçados por seu medo de se entregar. Ela encontrou a culpa, o peso de ter feito pessoas sofrer, e lamentou pois ela mesma sofreu quando foi sua vez de querer amar alguém e a pessoa não estava aberta para o amor. Foi ao abismo profundo de seu coração onde tinha ciúme e inveja de sua irmã, a culpa sobre sua mãe e a paixão não correspondida por seu pai. Naquele abismo onde estava seu ódio e ressentimento por si mesmo, por ser como era - se achava feia, não se sentia pertencente, não se sentia amada e consequentemente não tinha aprendido amar. Mas foi ali na profundeza daquele mesmo abismo que surgiu a possibilidade de sua purgação. Dali, do seu coração, no abismo, lugar que lhe era angustiante, lhe saiu a cura, o perdão e a liberdade. Do mergulho em seu próprio desespero, no encontro profundo com seu desamparo, encontrou acolhemento, ressurgiu para a Vida e descobriu o Amor.

domingo, 18 de outubro de 2009

**Descomplexando a Cinderela**

Quem conhece a carta que escrevi há pelo menos dois anos atrás, enquanto esperava meu amado príncipe? Para quem não conhece, segue a transcrição abaixo.

“*A espera do Amado*

“Antes de você chegar era tudo saudade...” (Tony Garrido)

“Onde andará o meu amor?” (Maria Bethânia)

Aguardo-te, e por isso quero me guardar. Sei que chegarás, meu amor, meu irmão, tu chegarás.
Não sei quem tu és, que cor de pele tens. Sei que já te amo de paixão, és o meu único bem.

E te amo com tudo que tenho. E te amo com tudo que sou.
Meu ser desde sempre clama pelos afagos do seu calor.

Não sei de onde virá. Ou onde irá aparecer. Entretanto, meu coração a todo instante pressente você.

Em cada gesto do meu corpo, em cada pensamento que há em mim, desejo a cada segundo ter você inteiramente para mim.

E eu também serei só sua, de corpo e alma, em plena nudez. E quero com você partilhar a vida, o prazer e amor que o Criador de presente nos fez.

O tempo de espera poderá ser breve, ou uma eternidade sem fim. Contudo não se compara a imensidão de amor que tu também já tens por mim.

E tamanho amor não há tempo que possa abater. Ou distância que possa superar. Um amor que nasceu da perfeição eterna a morte não pode amedrontar.

Ainda assim apelo-te: não demores na saída, embora nunca tua chegada venha a ser em vão. Estarei te aguardando, descansarei sobre teu peito, sentido-te sob as minhas mãos.

Não me prometas nem céu, nem terra ou mar. Promessas não me são precisas, pois sei que você é tudo que eu possa desejar.

Minhas palavras são adocicadas pela pureza do mel do nosso amor, que só aumenta e não precisa de mais nada, que é perfeito como a flor.

Permaneço aqui, fiel, até o dia em que chegarás, revestido de formosura e beleza para a minha vida libertar.

Estou presa na Torre de Mármore, mármore da liberdade sem fim. Sou prisioneira da leviandade, meu algoz é o prazer, todo prazer que há por aqui.

Somente algo nesse mundo poderá me libertar: o amor idealizado do meu sonho de criança do príncipe encantado de amor que chega para mim, para sempre sempre sempre ... sempre me amar e jamais deixar.”

Leram?

A história continua...

“*O desespero do amado.*

Estava cansada de esperar, na Torre de Marfim, o tal do amado. Já estava aborrecida, pra não dizer puta da vida, com esse idiota inconseqüente.

Esperei, esperei, esperei. Não veio?

Parti pra o ataque. E parti bonito!

A primeira coisa que fiz foi tirar aquele vestido cafonérrimo que cheirava à naftalina. Depois joguei um jeans que acentuou meu quadril, um corpete com enchimento e um scarpin ponta de agulha, nº 10, vermelho. Por fim, tratei de cortar aquela trança pesada, tonalizei os fios e fui pra pista. Foi aquela festa!

Eu solitária na torre daquele castelo frio, tava perdendo a maior balada no povoado. Vuco-vuco pra todo lado!

As pessoas sequer me reconheciam trajada à la modernidad. Deixei de ser princesa, me tornei P... Periguete! E fiz sucesso...

Quando encontrei um corpinho no esquema, me fiz. Adorei. Não fazíamos declarações de amor, nem falávamos difícil, na verdade, ele era um tanto monossilábico: “E aí?” “Já é?” “Mó filé!” “Ta afim?”. Planos para o futuro!? Curtimos um lance muito quente... E isso foi tudo. Ele me excluiu do orkut, eu o bloqueei no msn, fim. O tal lance, já era...!

Continuei no pique, estava daquele jeito. (E eu esperando por anos o retardado príncipe para nos casarmos... Descobri: ser solteira é muito bom!)

E quando periguete na noitada eu estava, quicando no calcanhar, fervendo no caldeirão do Salgueiro... Adivinhem quem surge do nada? Feio, cafona e alienado?? O meu ex-amado! Anos atrasado, não satisfeito, parou a festa por causa daquele pangaré velho e sujo. Desmontou do bicho, e pior, acenou para mim, ajoelhou e estendeu um anel que brilhava mais que as luzes do lugar.

Preciso dizer que ignorei? Não, né. Aff... Ignorei. Caminhei fatal até o D.J., mandei que voltasse o som e o funk ressoou: “Livre, solteira e desempedida. Não importa o que falem, eu só quero curtir a vida...” E foi nesse som que me acabei. Quando me lembrei do idiota, olhei e o vi desesperado sendo carregado pelos seguranças. Voltei a dançar, e foi desse jeito a noite toda. E fui feliz para sempre”

Leram? Bom.

Esse é um relato verídico de uma ex-princesa liberta de seu complexo de Cinderela. E quanto a vocês, meninas? Continuarão esperando o amado?

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- Hoje estou casada com Cláudio, meu amigo, amante, namorado, marido. De príncipe, ele não tem nada. Às vezes apronta comigo. Estamos juntos e já vivemos tanta coisa... Também apronto com ele, queimo roupas no ferro, gasto muito, mas é sem querer, querendo. Sobretudo, nos amamos e somos companhia um do outro. E ele, eu que lacei. Quando o vi desde a primeira vez, disse para mim: este aí é meu!

Amiga, vai e escolhe um para você. E se quiser, faça dele teu príncipe, escravo, amigo, corpinho, o que combinarem. Mas vai, escolhe você. Escolha a pessoa que quer, não espere por nada não. Agora tenho que ir, vou buscar as crianças na casa da mãe dele...

Beijos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Faber-castell


Ela se disfarçou de homem para prosseguir. Escondeu seus cabelos, vestiu a armadura e foi para arena lutar. Não conhecia a força dos seus oponentes, e sabia que sua força não era a maior. Mas sabia que iria lutar, mais que isso, sabia que iria vencer.

Uma dama jamais deveria se colocar numa arena, com armas e armadura sobre um cavalo de crina reluzente para defender seu futuro reino e garantir seu reinando. Mas ela era a única que defenderia seus desejos, sonhos e ideais.

Era ela quem realizaria seu próprio destino, pois ela mesma já o tinha traçado. Nada, nem ninguém se colocariam como obstáculo entre ela e todos os seus desejos e sonhos. Por mais que o medo, a insegurança e a tristeza, a decepção e o assombro viessem sorrateiramente tentar minar suas forças e desvirtuá-la de seus propósitos, ela não sucumbiria.

Ao entrar no pátio o sol reluziu sobre suas vestes e ela brilhou como o próprio sol. A crina de seu cavalo reluziu tão vermelho que a armadura ficou como incandescente – quente, viva, imortal. O animal, que sentiu a energia, a força e vibração tamanhas, se inclinou ao alto. Ela confiante segurou-se firme e sorriu. Ali, naquele instante, já sentia o sabor da sua vitória.

domingo, 13 de setembro de 2009

Eu tinha uma coleção de melecas no guarda-roupas

Eu não gostava de tomar banho, ficava suja, fugindo da minha irmã, com c-c e cabelos duros mais duros que o normal

Roubei dinheiro para gastar jogando fliper

Bati em um menino porque ele não aceitou perder a partida para mim

Aprendi a andar de bicicleta

Percorri o mundo, mas tive medo quando os carros vinham, então parava próximo ao meio fio

Fui além dos limites que me impuseram, fui além dos meu próprios limites

Caí de bicicleta

Sobrevivi

A mornak ranger não

Minha primeira bicicleta era do He-man

Minha irmã dizia que eu tinha nascido menino e só depois de um tempo virei menina

Eu acreditava

Nós duas brincávamos de carrinho, ela era o carrinho deitada no chão, suas mãos o freio e acelerador. O volante era sua cabeça, que eu batia na almofada em frente seu rosto

Também brincávamos de elevador: ela me levantava até no alto e me trazia para baixo... era o máximo. Ela nunca me deixou cair no chão

Adorava pular no colo do meu pai quando ele chegava de suas longas viagens

Eu queria ser motorista de caminhão e usava os sapatos dele para brincar

Usava boné e era muito tímida. Gostava de meninos, todos mas não dava o braço a torcer.

Brincava de novela


domingo, 30 de agosto de 2009

Tecidos e fios

Estou fazendo um curso de costura

É incrível como me sinto realizada todos os domingos que vou ao curso, e estou com minhas colegas

São senhoras, mulheres, algumas jovens

Casadas, amadas, amantes, desalmadas, mulheres muitas

Ouço, conto, compartilho, costuro

Corto, desenho, fofoco, não entendo, sorrio

Peço para repetir, lanchamos, falamos mais

E um short surgiu

Desenho saias, calças e tiro medidas

Sento à máquina e deixo a mão e a mente ir além

Crio, construo - destruo

Obra de minhas mãos, frutos do meu ventre criador

Adoro costurar!

Sinto que a mulher em mim precisava disso, e gosta disso, pois nisso se encontra consigo...

Amo muito tudo isso!!!
As boas moças se servem de bebida alcóolica

As que não bebem, são as más, e é por saberem disso que preferem não beber...

sábado, 22 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Fui a você, a criança que aprende algo novo na escola e quer mostrar para seu pai.

Busquei onde você estava, e persegui até que encontrasse.

E então quando orgulhosa e feliz fui te mostrar o que aprendi e o que vi no mundo aqui fora, me deu as costas.

Olhou altivo para mim, deu as costas e foi embora.

: ) Sorri... afinal, não entendo mais nada e jamais entendi mesmo!

Se o que houve entre nós foi a pura forma de amizade, porque deveríamos nos afastar? Não sei, mas você tem suas razões.

Manhã já é tarde para voltar atrás!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Keila...

Keila, é muito gratificante tê-la por irmã, pois sempre foi e és uma fonte de inspiração para eu ser quem sou hoje. Obrigada, irmã, por tudo, hoje e sempre! Te amo para sempre! Karla

Karla...

"Pensar em você

É pensar no quanto cresceu e amadureceu.

É pensar que enfrentou seus monstros e fantasmas do armário, e verificar que isso te fez bem.

É pensar que você fez muitas escolhasb algumas difíceis, mas isso não te paralisou.

É pensar no quanto és alegre e feliz, apensar de nem sempre se sintas assim.

É pensar que sempre te vi bela e sempre a amei assim. Mas agora todos te acham bela, embora a verdadeira beleza, poucos podem ver. Eu vejo!

E pensar que você se superou, apesar de muitos a subestimarem.

E pensar que venceu e continua vencendo, não aos monstros e fantasmas, mas algo que é grande e maior,
'A si própria'.

Te Amo Muito! Conte comigo! Sempre, sempre
Keila"

sábado, 8 de agosto de 2009

Oirogerg

O senhor Oirogerg seria um tipico mineiro, caso não tivesse, em pouquíssimo tempo, se embebido dos trejeitos carioca de ser. E de um bom carioca malandro, isso posso dizer.
Sujeito honesto, trabalhador, sabido demais e muito namorador!
(Pobrezinhas das senhoras, senhoritas e donzelas que de seus gracejos e palavriados foram alvo.)
Era um rapaz livre, coração solto, ávido por liberdade... sim liberdade. E como todo bom filho de Deus, lá com suas quedas pelas brechas da libertinagem.
Mas essas outras histórias, deixemos para num outro momento contar.
Hoje estou aqui para falar um pouco desse jovem, hoje senhor, Oirogerg, e de seu espírito manso, sábio e indisciplinado e de pela vida, o seu modo de andar.
Não é santo esse senhor, mas um santo homem é: é homem em sua natureza propriamente humana, imperfeita, incompleta sem muitas certezas mas pleno de fé.
Essa criatura divina, que por essas bandas pisou, deixou ao mundo belas meninas: a uma graça de Florzinha, a outra, da Rosa o ardor.
Ele nos ensina sempre grande lição, de honestidade, liberdade, confiança e amor, amor a si, mas amor e
É com alegria que digo que são
Sábios os corações que por ele se deixaram amar, porque no dele sempre encontrou liberdade de ser, de estar, de ficar.
Agradeço à Papai do céu, por este homem nos amar.
Também o amo de coração, Oirogerg ou papai Gregório, para sempre no meu coração seus ensinamentos e lembranças vão ficar.
Feliz dia dos Pais.
O que adianta o mundo te aplaudir de pé

Se você sentado na platéia chora a tragédia da sua vida


O que adianta as luzes, o dinheiro e o glamour

Se os seus sonhos verdadeiros estão soterrados nos escombros da sua alma


E se é conhecido de todos,

Mas não conhece quem verdadeiramente é e não ouve a voz que clama dentro de você


Não adiantará nada satisfazer as necessidades do mundo
se seus desejos e vontades não são satisfeitos

Ame ao mundo como ama a si mesmo... Se ouça e ouvirá o mundo...

domingo, 2 de agosto de 2009

Mulher e Depressão - fragmento de "O futuro da humanidade" (Agusto Cury)

"As mulheres não adoecem mais facilmente no território da emoção por serem mais frágeis do que os homens, como sempre acreditou o machiso que reinou por milênios. Excetuando as causas metabólicas, elas adoecem mais porque amam, se doam, se entregam e se preocupam mais com os outros do que os homens. Além disso, freqüentemente são mais éticas, sensíveis e solidárias do que eles. Elas estão na vanguarda da batalha da vida, por isso acham-se mais desprotegidas. Os soldados no front da batalha têm mais chances de ser alvejados."

sábado, 1 de agosto de 2009

Moira e Sofia

são as mulheres da minha Vida

SOFIA

Sofia, teu saber é minha vida

E minha vida é você

Não sei porque relutei, fugi e magoei você

Desde sempre te amei, minhas atitudes revelavam isso

Assim como meus sonhos e desejos secretos

Mas não admiti isso para mim, não te aceitei como és

A despeito das críticas de outros, e daquilo que viriam me dizer

Mas confesso hoje para o mundo, para mim e para você: Te amo, e você é minha razão de existir

Existir em corpo, consciência, alma

Jamais fugirei da nossa paixão, da nossa união, Sofia

Pois nossa Moira é caminharmos paralelos e intercambiantes caminhos

Sofia, minha Moira é você

MOIRA

Moira, meu destino é Sofia, teu conhecimento


quarta-feira, 29 de julho de 2009

SEXO É IGUAL BRINCAR DE CASINHA,


SÓ QUE A COMIDINHA É DE VERDADE!

domingo, 26 de julho de 2009

Não sei o que faço

Meu estômago diz uma coisa

Minha cabeça outra

E meu coração quando fala, chora

Não sei o que fazer, não sei mesmo

Ainda sou uma garotinha, que faz beiço e chora com o nariz fungando

E que olha para o alto e suspira fundo

E pede ajuda a Papai do Céu em silêncio

E engole tudo o que está engasgado E não sabe dizer o que é


E chora chora e só chora


Simplesmente não entende

Se esforça, mas não consegue entender

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Caminhava a beira mar, ao som das ondas, ao vento frio e também solitário massageando o rosto, cabelos ao vento e pegadas na areia. Estava nesse momento com pensamentos aqueles que dificilmente me vinham. Olhei para o céu, desci o olhar que se perdeu na vastidão do horizonte. Senti a imensidão do mundo, e lembrei de você. Em meus olhos minúsculos, oceano se formou. Passaram-se tantos anos, mas o nó na garganta, o aperto no coração, senti falta de você. O mundo tão grande, repleto, luzes, luxo, ostentação. E tudo isso deixei pra trás. Optei por mim.

terça-feira, 7 de julho de 2009

O que gosto nos homens

O que gosto nos homens é que

eles fingem que são durões ( e eu finjo que acredito)

atrás dos olhos deles está o pedido de carinho, afeição e proteção

eu gosto neles a cara de bobo que fazem quando estamos lindas, perfumadas e tudo isso no salto

ficam impressionados quando falamos algo além de nossas amenidades

sempre arrumamos um jeito deles nos salvarem a vida, de um modo ou de outro. e eles sentem-se o super-protetores

porque na verdade se sentem protegidos perto de nós

fogem do mal, correm do bem, têm medo de meninas, mas de mulheres também têm

adoro quando desdenham loucos para comprar... e o tempo mostra que é fato!

são lindos, fingem segurança, adoro deles a determinação

se querem alguém vão a caça, mas se se apaixonam, tremem na base, perdem o controle e se bobear, fogem na contramão

viram a presa, eles se fazem de caça e nos convidam sem palavras para brincar de caçar

e nós, que bobas temos apenas o olhar, colocamos a pele de lobo, e saimos para brincar de pegar... Eles correm e se escondem, tentam de nós fugir, mas se queremos estamos no controle, não podem escapolir

Gosto neles tudo isso, estão longe da perfeição

A imperfeição deles é uma arte, é bela, mas não valem nenhum tostão! rs



O que eu gosto nas mulheres

O que eu gosto nas mulheres é...

o jeitinho como falam umas com as outras, como se fossem se desmanchar
o modo como ficam magoadas se lhes falam grosserias
e desapontadas se esquecem seu aniversário

gosto...
que sempre acham uma explicação para tudo, ainda que não faça sentido
que se olham no espelho e estão deslumbrante mas saem de casa chateadas porque estão muito feias naquele dia
que insistem em serem amadas por quem não as merece
que desistem de serem amadas por aqueles que insitem em lhes oferecer amor

o que gosto nelas é ...
que nunca sabem por que fizeram o que fizeram naquele momento em que sabiam que não deviam ter feito nada
que são ousadas, determinadas e seguras, desde que não estejam apaixonadas
que no fundo são meninas, às vezes dóceis, às vezes ariscas, mas que se derramam de amor se alguém as conquista
que são tímidas, fatais e estabanadas em frações de minuto

me impressiona nelas a paciência, a perseverança, a determinação, a segurança de revelar seus medos, seus sentimentos, e serem fortes sem perceber, mortíferas sem saber, e portadoras da vida sem arrogância e pretensão

me motiva ver nas mulheres liderança, opinião, iniciativa

e me fazem rir quando atuam que precisam de ajuda com a lata de sardinha

Elas são lindas, perfumadas, inteligentes, e tudo isso em cima de um salto!



E quem somos nós, senão menininhos cheios de medo e covardes diante de toda situação.

Em tempos primitivos, saíamos de casa para caçar porque isso era mais fácil do que ficar e olhar nos olhos uns dos outros e perceber no dia-a-dia que somos tão vulneráveis quanto elas, que somos mais vulneráveis que elas.

Não nos olhamos nos olhos. Nos abraçamos de lado. Temos o corpo com músculos mas a emoção esquelética.

Precisamos nos auto-afirmar donos da situação, senhores do controle remoto, quem toma decisão, porque somos incapazes de ser além do poder e do ter. Acumulamos mais riquezas porque precisamos disso para sermos.

Tiradas nossas auto-afirmações, o que sobra?

Nos escondemos sob a pele de um lobo mal quando estamos com um manto vermelho nos ombros, indefesos na busca da casa da vovó em meio a floresta.

Por vezes ferimos e maltratamos nossas mulheres por medo de sermos por elas feridos. Fugimos por receio de não sermos amados. Traímos por medo de sermos chifrados, e para provar para o outro bobão o quanto se é macho.

Você vai negar tudo isso. Eu já neguei também por muito tempo. Vão dizer: isso é papo de viado. Irão para o botequim juntos, uma matilha, mexer com a mulher de outros. Vão afogar a consciência em bebida forte, não vão retornar no caso dela ligar. Vão fazer um sexo com alguma gostosa, para saciar o desejo, o instinto, a libido, e aproveitar pçara provar que não tem sentimento, nem emoção. Tudo se administra com a pura razão, o que passa disso é instinto e não tem muita solução.

E por isso gosto tanto das mulheres, pois elas sabem que na verdade somos um bando de bobão!


sábado, 4 de julho de 2009

A Mulher e o paradoxo do macho-alfa (Este texto não foi escrito por mim, mas vale a pena tê-lo aqui.)

"Terça-feira, 24 de Junho de 2008

A Mulher e o paradoxo do macho-alfa

(disponível em: http://animaltropical.blogspot.com/2008/06/o-paradoxo-do-macho-alfa-e-mulher.html)
Não tenho mais pudores em me sentir atraída por mulheres. Pelas Gostosas. Cada uma a sua maneira, todas têm uma liberdade autoconcedida, que você reconhece de longe. A sutileza natural e sem maquilagem, um vocabulário comum, lembranças de menina e moça que compartilhamos com autocrítica e orgulho, a coisa de ser meio mãe, meio amiga, meio louca. A necessidade de transgressão. Dores e delícias de ser Mulher. Tão linda, e tão maravilhosa, que surge um tesão por aquilo que somos, essencialmente, mas que passamos a vida inteira aprendendo a perceber de uma outra maneira. Mulheres são criadas para serem mulherzinhas, mesquinhas, competitivas, arrogantes e muito pouco naturais, e isso é o que faz de muitas de nós tão chatinhas.
Ok, impossível negar que tem aquelas coisas de homem. O corpo, uma das maiores perfeições da natureza. As mãos, as veias pelos braços, os músculos das costas, as pernas, aquela quebradinha deliciosa que leva ao falo. Além de ser belo, o homem ainda sabe exercitar safadeza nos mínimos detalhes, aquela coisa de parar pra ver uma bunda e te deixar com ódio, mas te pegar com força e fazer você querer se sentir vulnerável. Mulherzinha, mas no melhor sentido da palavra.
Estou saindo com um belíssimo exemplar de macho alfa. Bofe, atitudeiro, algo bruto, safado, possessivo e, definitivamente, apaixonante. Tão alfa, tão alfa, que é quase patético. Ainda que me dê muito tesão, em vários sentidos. É que machos alfa, assim, acabam se transfigurando em boçaizinhos quando comparados com mulheres interessantes, essencialmente bonitas, cúmplices e sem preconceitos, capazes de rir de si mesmas. Daí me acho meio boboca, me sentindo atraída e querendo atrair homens assim, quando, na verdade, liberdade mesmo é poder dar uma bela pinta (fazendo topless se possível) e se divertir ao lado de outras mulheres tão lindas, tão autênticas e tão francas, e passando ao largo de todos eles (os machos-alfa).
Freqüentemente tenho a sensação de viver num jogo de videogame criado por meninos. Desempenho tarefas, cumpro provas, pulo obstáculos, sempre tentando me superar. Mas quando consigo subir ao pódio da vitória não contenho a preguiça da simplicidade burra com que eles funcionam. Homem é simplório, enquanto nós, mulheres, explodimos numa profusão de matizes, nuances, insinuações, finas ironias, sutilezas e tudo o que faz de nós seres “complexos”. E nessas horas não consigo deixar de pensar no quão rudimentares eles permaneceram. Criaram o mundo, a cultura e as civilizações, mas continuam os ogros de sempre.
Como qualquer mulher falando com a cabeça, creio que os verdadeiros Homens são os nerds, os sensíveis, os cavalheiros, os maricas, os nem tão bonitos assim, os muito bem-humorados. O problema é que eles são seres tão complexos, tão legais e que vêm tão prontos, que já não servem para ser os bofes. São os amigos que a gente ama, com os quais descansamos da “máscara-de-ser-mulher”e às vezes até trepamos, mas que não precisamos conquistar porque estamos do mesmo lado.
O próprio termo “bofe” denota um certo preconceito da minha parte, mas, paradoxalmente, são os homens que mais e melhor me dão tesão. A presença marcante, a virilidade, o arquétipo social, a tosquice. Não posso negar meu instinto natural de fêmea e dizer que os modelos masculinos cultivados por mim e pelas mulheres ao meu redor ao longo da minha vida não me impregnaram profundamente... Mas esses são aqueles mesmos boçais, incapazes de jogar um maço de cigarros vazio no lixo, de fazer as coisas mais simples e coerentes, e ai que preguiça me dão! E assim sucessivamente, nesse círculo do tesão pelo masculino...
Como todo mundo, tenho cabeça de homem e de mulher. E tenho tesão por homem e mulher.
Postado por Chica X às 09:45
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A aposentadoria do macho alfa

A aposentadoria do macho alfa

Revista Época - eletrônica.
(Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76422-6077-457,00.html)

Macho alfa é um conceito corrente em biologia. Serve para designar o líder de um grupo de animais de ordem superior, como lobos e primatas. O macho alfa tem força, habilidade para caça, facilidade para tomar decisões, personalidade marcante e bravura. Esse macho demonstra sua autoridade, jamais permitindo que os outros animais se insurjam contra ele. É o primeiro a se alimentar e possui primazia na escolha das fêmeas. Mostra seu domínio rosnando, mordendo ou dilacerando outros animais. Até que sua superioridade seja posta à prova por outro integrante do grupo. Se o desafiante vencer o macho alfa no embate, assume sua posição. A realização pessoal para nós, indivíduos do sexo masculino, sempre esteve fortemente associada a tornar-se um macho alfa.Como sou portador do tal cromossomo Y, quando quero conseguir certas coisas tendo a me comportar como um macho alfa. Mas, ao agir assim, em geral sou malsucedido. Será que não passo de um macho beta, gama ou outra letra grega indicativa de minha inferioridade no campeonato dos machos? Em vez de me considerar um fracasso, preferi aprofundar a análise. E cheguei a conclusões mais satisfatórias para meu ego.Parece-me que, diante das violentas transformações das últimas décadas, o tal macho alfa está se tornando um modelo obsoleto por sua ineficiência. A emancipação das mulheres, a globalização, a internet e outras novidades criaram um novo jogo. Ele substituiu a regra anterior de "o-vencedor-leva-tudo". O mundo de hoje é mais complexo e mais interdependente. Neste novo mundo digital, consegue mais quem transmite melhor as idéias, negocia propostas e convence os outros a cooperar para ir na direção pretendida. Tente comandar unilateralmente, e você estará a caminho do fracasso.Muitas empresas já perceberam que o sucesso depende mais da cooperação que da coação. Falar grosso nas organizações mais modernas não parece funcionar mais como antigamente. Quanto mais sofisticados ficam os processos e a produção, menos espaço existe para escravidão ou autoritarismo. Por isso, chefes tipo capataz estão sendo cada vez menos valorizados.
Além de dividir as tarefas de casa, os novos pais querem mais intimidade na relação com os filhos
Também nos papéis familiares o macho alfa começa a perder espaço. Em seu lugar emerge um novo papel masculino: o pãe. O termo vem da fusão das palavras pai e mãe. Certamente foi criado por mães maledicentes, temerosas de que alguns homens estejam querendo competir com elas. De fato, os pães trocam fraldas, sabem dar banho em bebês, adoram passear com as crianças nos parquinhos, inclusive em dias de semana. Eles ousam chegar atrasados ao trabalho e assumir claramente que o motivo foi uma reunião ou um teatrinho na escola. Alternam tarefas com a mulher, como levar a criança à escola e ao médico. Também acompanham deveres escolares de perto. Sabem os nomes dos medicamentos e dos professores dos filhos. Mas esse novo tipo de pai almeja mais que apenas se envolver com a operação doméstica de cuidar dos filhos. No fundo, o que os pães querem é criar um vínculo maior com seus filhos. É um quesito no qual o pai macho-alfa-provedor de antigamente ia muito mal. Desde o século XX, as mulheres têm se libertado de várias condenações que lhes foram impostas pelo patriarcado, estão mais e mais educadas e certamente vão provocar cada vez mais mudanças na sociedade. Desde que o mundo é mundo, o crime, a violência e a barbárie estiveram sempre mais associados ao cromossomo Y que ao X. Nesse contexto, pode ser que o declínio dos machos alfa tragaperspectivas mais sábias e venturosas para nós do sexo masculino.

RICARDO NEVES é consultor de empresas e autor de Pegando no Tranco - O Brasil do Jeito Que Você Nunca Pensou.
www.ricardoneves.com.brrneves@edglobo.com.br

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SOU GAY

SOU UM HOMEM QUE ADORA HOMENS...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Fofo demais

Ele era um fofo. Íamos embora juntos da escola. Ele me deixava em casa. Mais tarde passava para me buscar. Jantávamos e ele me trazia de volta. Saíamos e ele me levava brincos novos. Eu cantava com a cabeça para fora abanando os braços no carro, ele fazia um CD das minhas músicas preferidas. Sem que eu esperasse, num domingo me levou para conhecer seus pais. De tudo, seus únicos erros foram: os brincos e os pais. Fácil demais. Não tinha mais desafio naquela relação. Se continuássemos em breve trocaríamos alianças no altar. Ele era bonito, moreno, inteligente, forte. Mas incrivelmente fácil demais. Fomos ao cinema, não lembro o filme. Na volta ele me perguntou: estamos namorando? Arregalei os olhos e não soube atuar. Fiquei sem saber o que dizer. Como assim? Esse é o meu papel! Querendo me usurpar? Na semana seguinte não fui a praia com ele. Quando me ligou, dei alguma desculpa. Ele me ligou alguma vez mais. Depois não insistiu. Ele era um fofo até nisso.

História para os netinhos: Patinha Feia

Muito bem, sentem-se aqui perto, crianças. Vou contar-lhes uma história.
Algum tempo atrás havia uma jovem que queria aprender a ser uma grande mulher. Mas ela não sabia como.
Ela conhecia um pouco de grandes mulheres pois já tinha visto delas em filmes, lido em livros, assistido novelas. E sabia que estava muito distante de ser quem e como ela queria.
Então tirou sua maior bolsa do armário, colocou algumas roupas, duas frutas e um biscoito e saiu mundo a fora. Ela foi aprender e procurar o que queria encontrar. O detalhe é que ela não sabia o que queria encontrar.
Ela contava com duas ajudas mágicas: uma bússula que a dirigia por onde ela tinha que ir e um relógio que a avisava a hora de partir. Era fácil o caminho desde que ela se atentasse para os objetos mágicos. Mas nem sempre a jovem obedecia a bússula e o relógio. Perdia tempo em lugares que já devia ter deixado, e ia a lugares que não precisava ir. Depois de algum tempo aprendeu a ouvir a magia. Se aproximou dos lugares e pessoas certas. Aprendeu o que queria às vezes o que precisava, e no momento exato partia. Já não ficava triste na partida, já entendia que isso era uma etapa no processo. Muitos lugares bonitos e pessoas queridas ficavam para trás. E lugares mais belos e pessoas mais interessantes surgiam a cada partida. Chegou o dia em que chegou perto de esplanada diante de um luxuoso edifício comercial. Nessa esplanada, próximo ao edifício, havia uma linda fonte. Nossa jovem subiu os degraus que davam para a fonte, quando parou assombrada com a imagem que via. Era a mulher mais linda, elegante e luxuosa que já vira em toda sua vida. Andava com leveza, traços finos, olhar firme e gracioso sob os elegantes óculos de sol. Quando percebeu, aquela mulher havia parado de caminhar. Quando a jovem foi se aproximando, notou que aquela dama também se movia à medida que ela própria andava. Foi então que percebeu que se via refletida na vidraçaria espelhada do edifício. Sorriu feliz e orgulhosa. Se virou e soube que chegara a hora...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Heresias II

Pondo-se eles a caminho, Jesus entrou num povoado. Uma mulher, de nome Marta, o recbeu em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria que, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. Marta, porém, andava atarefada com o muito serviço. Parou e disse: "Senhor, não te importa que minha irmã me deixe sozinha nos serviços? Dize-lhe que me venha ajudar." O Senhor lhe respondeu: "Marta, Marta, andas muito agitada e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada".

Deleitar-se com a presença de quem se ama, mais que com as agitações de "como ser" ou "como fazer" as coisas do modo certo.

Heresias I

"E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda." (Atos 3:6)

Versos Simples
(Chimarruts - Composição: Cassiane Silva / Richardson Maia)

Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito
Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito

Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo
Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão
Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração

<<http://www.youtube.com/watch?v=Fj-SkUCSf-I>>

De repente...

Eu estava apaixonada por outro cara. Ele tinha namorada. Ele era inteligente e me falava de uma liberdade de vida que me despertava os instintos. Digredia sobre o culto ao prazer, a vida livre, da liberdade e coragem de ser.
Sempre que nos cruzávamos ele me olhava de um modo que me incomodava. Com o tempo o meu olhar passou a ser como o seu. E dizia-me coisas que me faziam rir com as bochechas coradas, e olhos para o chão. De tanto ouví-las, fiquei curiosa, muito curiosa com aquele modo de ser.
Ele não era o meu tipo. Não mesmo. Branco. Mas desde o primeiro dia que o ouvi, que o vi, algo nele ressoou em mim. Era o contrário daquilo que acostumada a desejar, exceto pela forte personalidade, presença de espírito, inteligência e sagacidade.
Sem perceber estava envolvida. Sem querer, o amava. Não era amor romântico, não... isso não... Era o amor-amor. Amor sem que nem porquê. Pura admiração, curiosidade, atração, química, amizade. Amor sem dependência e sem necessidade. Poderia ter passado a vida inteira sem tê-lo e ser feliz. Entretanto optei por tomar com ele um drink, aceitei seu convite.
E antes do drink, o primeiro beijo. E no segundo drink, o primeiro aconchego. E no terceiro drink, socorro! Vou embora! Fugi, atravessei a cidade, fui para minha casa dormir.
Quando nos vimos novamente, eu: olhos arregalados, respiração presa, olá. Ele, simpático, normal, jovial. Percebeu que não era para mim, como para ele, natural. E só tinha sido o primeiro amasso. Sua ação, bom humor e atenção, aliviou-me a tensão.
E sempre que tinha oportunidade me convencia da liberdade que o ser humano pode e deve ter, e da pulsão humana, por morte, sexo e prazer. Ouvia calada, atenta, às vezes refutando alguns argumentos seus, apenas para ouvir como se sairia...
Cativou minha inteligência. Essa é a minha fraqueza. Não me importa muitas coisas, inclusive beleza. Interessa-me se há química ou há inteligência. E se há as duas em conjunto, pronto, acabou o mundo... paixão! E desta fui pega é de surpresa... ;)

sábado, 13 de junho de 2009

Quando amei

Quando amei...

Olhei para um lado, olhei para o outro, e ninguém estava vendo, amei

Lancei os olhos ao chão, minhas bochechas coraram, senti vontadade de sair correndo, mas permaneci, amei

Neguei, para mim não era amor, amei

Peguei minha bolsa, bati a porta, tomei um táxi, uma lágrima rolou, amei

Pedi perdão, baixei o olhar, reconheci que errei, desejei mais algum tempo ficar, amei

O tempo passou, aqui estou, o vento meus amores levou, amei

A solidão me namorou, meus lábios beijou, meu corpo saciou, me amou, amei

Quando ela partiu, sozinha não me deixou, me trouxe um novo amor, e também este amei

Amei com a razão, usei a emoção, deixei vacilar o coração, o corpo expulsar o tesão... saciei minha emoção, transpirei satisfação, fui amiga da razão, amei

Quando amei, eu nasci, passei a existir
Companheira e amiga, fui amante de mim

Sonhar

Quando eu sonho
Eu gosto de sonhar
Gosto de sonhar que estou voando
Adoro voar nos sonhos, sou grande, forte, vejo tudo do alto
E também adoro sonhar que estou correndo, sou valente, rápida, nada pode me deter
Às vezes sonho com perseguição, o abismo me persegue. Mas nunca caio no abismo. Nunca caio.
Às vezes sonho que estou caindo, mas minha cama sempre me salva. Ela sempre está embaixo de mim, me esperando. Eu caio nela, acordo e volto a dormir.
Mas às vezes tenho pesadelos. Quando tenho pesadelos que me deixam alterada, levanto e vou dormir com minha mãe. Primeiro tento dormir sozinha, forte, valente e corajosa que sou. Se não dá certo, passo direto para o quarto da mamãe. E lá durmo feito um anjo. Ela é como minha cama, está sempre perto quando preciso. Adoro minha cama, amo minha mãe.

Mutação II

Acordei e era noite
era cedo da manhã, era noite
E todos os dias de noite eu dormia
E acordava cedo da manhã, ainda noite
Eu dormia azul, acordava cinza
Dormia azul, acordava cinza
Acordava cinza, dormia azul
Até que num dia, acordei azul
E fiquei azul para sempre
Até que eu morra
Aí virarei cinzas de verdade

Mutação

Eu era um menino forte, que pulava muros, subia em árvores e esmurrava todo mundo. De repente, certo dia, acordei e tinha feito xixi na cama. Eu vestia uma camisola de tecido que minha mãe costurara para mim. Tirei a camisola e embaixo dela tinha uma outra roupa, uma calcinha. E dentro da calcinha.... aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh manhêeeeeeee... Neste dia descobri que eu era menina.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Abri mão

Abri mão dos meus sonhos e das minhas idealizações infantis. Fechei a porta do meu mundo encantado onde pensamentos e divagações se pretendiam (re)produção fiel da realidade.
Joguei fora as canções de ninar que embalaram meu cochilo no regaço do lar.
Disse adeus a papai e mamãe que eu mantive unidos na imaginação. Fiz as pazes com minha irmã, aquela que nasceu comigo e mora em mim, pois ela também sou eu.
Passei a me ver no espelho, tal como sou. Não mais menina, mulher. Assumi os riscos de viver uma vida adulta, com responsabilidades, medos e possíveis frustrações. E com isso o prazer inestimável das grandes realizações.
Abri mão por mim e para mim, mas sabendo que assim serei real e de carne e o osso para o outro. Assim serei eu.

28/10/2008