Muito bem, sentem-se aqui perto, crianças. Vou contar-lhes uma história.
Algum tempo atrás havia uma jovem que queria aprender a ser uma grande mulher. Mas ela não sabia como.
Ela conhecia um pouco de grandes mulheres pois já tinha visto delas em filmes, lido em livros, assistido novelas. E sabia que estava muito distante de ser quem e como ela queria.
Então tirou sua maior bolsa do armário, colocou algumas roupas, duas frutas e um biscoito e saiu mundo a fora. Ela foi aprender e procurar o que queria encontrar. O detalhe é que ela não sabia o que queria encontrar.
Ela contava com duas ajudas mágicas: uma bússula que a dirigia por onde ela tinha que ir e um relógio que a avisava a hora de partir. Era fácil o caminho desde que ela se atentasse para os objetos mágicos. Mas nem sempre a jovem obedecia a bússula e o relógio. Perdia tempo em lugares que já devia ter deixado, e ia a lugares que não precisava ir. Depois de algum tempo aprendeu a ouvir a magia. Se aproximou dos lugares e pessoas certas. Aprendeu o que queria às vezes o que precisava, e no momento exato partia. Já não ficava triste na partida, já entendia que isso era uma etapa no processo. Muitos lugares bonitos e pessoas queridas ficavam para trás. E lugares mais belos e pessoas mais interessantes surgiam a cada partida. Chegou o dia em que chegou perto de esplanada diante de um luxuoso edifício comercial. Nessa esplanada, próximo ao edifício, havia uma linda fonte. Nossa jovem subiu os degraus que davam para a fonte, quando parou assombrada com a imagem que via. Era a mulher mais linda, elegante e luxuosa que já vira em toda sua vida. Andava com leveza, traços finos, olhar firme e gracioso sob os elegantes óculos de sol. Quando percebeu, aquela mulher havia parado de caminhar. Quando a jovem foi se aproximando, notou que aquela dama também se movia à medida que ela própria andava. Foi então que percebeu que se via refletida na vidraçaria espelhada do edifício. Sorriu feliz e orgulhosa. Se virou e soube que chegara a hora...
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