terça-feira, 1 de abril de 2008

ARROZ E FEIJÃO

Eu fui um deles
Saí daquele lugar
Pertenci
Tive a mesma identidade
Mas saí
Não quero mais ser como eles tem muito tempo
Não sou mais
Sequer quero o convívio deles
São arrogantes
São intransigentes
São falsos e hipócritas
São medíocres
Repetitivos
Bestiais
Dignos de pena e misericórdia
São umas lástimas
Enchem os pulmões e batem no peito
Suas verdades mortais
Destilam veneno de seus lábios
Ódio de seus corações
Comprimem seus verdadeiros sentimentos
Ocultam sua face verdadeira,
À sombra se revelam
E a luz que dizem resplandecer são trevas
Densas trevas capazes de aniquilar a mais pura alma humana
São pérfidos
Humilham-se como forma de exaltação própria
São restos de vida
Não andam, rastejam
Mendigam a atenção dos outros por imposição de seus supostos poderes
Poder de deter o conhecimento de causas últimas
Tal poder atribuído ao ser ontológico
Distanciam-se da Vida
Matam Eva
Fui um deles
Que lástima
Que miserável fui quando adentrei pérfidas habitações
Onde se exulta o ódio ao mundo e o amor ao além
Ódio ao mundo e ao pecado
Amor fingido ao pecador: agressão verbal e opressão moral
Não sou feijão
Nasci arroz

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