Estou cheia de dor de cabeça. Ressaca de duas latas de Boêmia e um copo de Skol. Saí com meus amigos, fomos para Laranjeiras. Não bebo muito, então, o pouco que bebo, eventualmente, me deixa cambaleada. Hoje é domingo e não tive saco para concluir a leitura dos relatórios da reunião de amanhã. A louça e o jantar ficaram por conta de Cláudio. Amanhã a diarista não virá, então o banheiro ficará por conta dele também.
Vou tomar uma aspirina e descansar. Cheguei em casa às cinco da manhã, só dormi até onze. Estou lendo um livro que devolvo a biblioteca em poucos dias. Minha cabeça está revirada, mas a leitura é tão interessante que não consegui prescindir dela. O livro fala do fracasso do feminismo dos anos sessenta. As mulheres pediram emancipação, queimaram sutiãs mas não conseguiram em grande maioria lidar com essa "liberdade". Ainda são menininhas dependentes emocionalmente de seus cônjuges embora passem por fora ar de autonomia e independência. Acho que sou assim, também. Dependo de Cláudio para que esse apartamento fique limpo quando a empregada não vem, para massagear minhas costas depois de um estressante dia de trabalho e dependo dele - mas não somente dele - para aliviar a tensão física através de danças tântricas de amor. Minha emoção é meu esposo que cuida também. Não raro é contido e impassível em meus momentos de exasperação. Acredito que sofro do que o livro chama Complexo de Cinderela. Sou uma Cinderela que encontrou seu sapo encantado, Cláudio, meu amado marido.
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