“Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda...”
(Pagu, - Maria Rita)
O trecho de música acima destacado é uma crítica que tange a falsa idéia que toda mulher brasileira é um conjunto de bunda e peitos grandes. Há feiticeiras que não são corcundas e há brasileiras que não são bundas.
Os meios de comunicação nacional legitimam a falsa idéia, que o valor da mulher está em sua bela aparência física, através das propagandas comerciais, em que as “curvas” das mulheres são focalizadas para atrair a atenção do telespectador.
Já internacionalmente, a mulher brasileira é apresentada como beleza exótica, principalmente na divulgação do carnaval no exterior. Em geral, fora do Brasil, a imagem da brasileira é associada a sexo, prazer, inclusive prostituição!
Esse estigma a que a mulher está sujeita impede a percepção clara e real de suas potencialidades. A mulher, toda mulher, é dotada de inteligência, força, sensitividade e outros atributos infinitos. E essa mulher integral é ofuscada pelo culto aos peitos e bundas desejáveis que possui.
Isso não significa que as curvas da mulher, especialmente da brasileira, não sejam belas e atrativas. A questão é que a mulher, a mulher brasileira, não é somente curvas. Ela é bunda, pernas, peitos e também cérebro, pés e mãos. E há que ser vislumbrada, apreendida, desejada e tocada de modo íntegro, inteiro.
Se não fossem seus atributos físicos e cognitivos igualmente utilizados na educação dos filhos, na gestão de seus lares, na direção de instituições, que sociedade teríamos atualmente?
É necessário insistir que a mulher brasileira seja reconhecida por todas as suas qualidades. E não apenas por seus atributos físicos. Por que, embora toda mulher adore ser desejada, ser mulher é mais que ter “comissão de frente” e “ala das baianas” avantajados!
Gratificante será o dia em que a valoração do ser feminino seja, em via de regra, de modo a abranger todas as suas particularidades, inclusive aquelas menos explícitas.
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