quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sem pretensão - Sempre tesão

Sem pretensão

Cheguei como quem nada queria. A verdade é que eu não queria nada. A festa começaria em poucos minutos e ali estava eu. Despretensiosa. Comecei a beber vinho para relaxar. Percebi que um ele me fitava, mas não notei qualquer expressão de interesse. Não achei bonito, sequer atraente. Desviei o olhar sem emitir qualquer juízo de valor. A música começou a melhorar a cada batida ou a cada gole de vinho, não faz diferença. Quando percebi já estava solta nos braços do ar, sendo levada pelas ondas de calor que ressonavam em meus ouvidos. Dancei. Descia e subia, de um lado para o outro, sem tirar os pés do chão, flutuei. Cansei, cansei e dancei. Quando percebi, ele me olhava e se aproximou. Sem que lhe desse chance de se pronunciar ordenei que buscasse água para mim. Obediente. Foi o que fez. Trouxe minha água. Então disse-lhe lânguidamente que adorava homens obedientes. Confidenciei que precisava de um escravo, um mucamo, um vassalo. Não achou graça, não riu. Nem emitiu qualquer som. Não deixei de encará-lo. Bebi a água e pedi que buscasse vinho. Ele o fez. Bebi meu vinho e àquela altura suponho que meu olhar já penetrava-lhe as entranhas com o calor que saía do meu corpo suado. Dei-lhe as costas e fui para o hall do andar, precisava de ar. Ele me seguiu. Quando notei sua presença, deu-me um beijo que arrepiou meu corpo e inundou minha alma. Dancei colada ao seu corpo, envolvendo-o com os beijos, o toque e o olhar. Segurou-me pelos cabelos, fitou-me friamente e me indagou: "Não queria um escravo!?". Sorri com um jeitinho perverso e maroto. E dali para a frente somente o desejo teve razão. Desejo que nunca tem fim. Assim foi o começo de sua eterna escravidão. Eu que não dava nada para ele. E ele que de mim nada queria... Dali para sempre meu eterno escravo seria...


Segue abaixo a voz do "escravo". A perspectiva dele.bjs

De: Claudio Souza - SDVBrasil [mailto:c.souza@sdvbrasil.com.br]
Enviada em: Friday, 23 January, 2009 11:46
Para: RIO Gregorio Karla (Vera Lana)
Assunto: RES: Sem pretensão
Prioridade: Alta


Sempre tesão

Saí de casa, movido pelo tédio de um sábado sem grandes pretensões. Havia uma festa rolando na casa de um velho amigo e o programa era o único possível naquela noite sem grana e nublada. Peguei o metrô e cheguei por volta das dez. O clima já estava quente, musica alta, conversas animadas e depois do abraço caloroso ao velho amigo, a sanha maior era descolar uma cerva bem gelada. A garganta seca clamava pelo liquido dourado espumoso. Alguns conhecidos da faculdade dançavam alucinados no meio da sala e ultrapassar aquela barreira de gente pulando e sacudindo seus corpos era tarefa difícil para quem ainda estava em seu estado normal de consciência. Mas o acaso sempre traz uma surpresa. Antes de chegar à cozinha, lá estava linda e sensual, aquela que dançava com os olhos fechados e mãos para o ar. Parecia uma deusa, uma visão onírica e erótica projetada a minha frente. Ela entreabriu os olhos e percebeu que eu a admirava. Sorri e ela me esnobou com um olhar de soslaio. Tinha uma taça de vinho na mão esquerda e bebericava lentamente sorvendo cada delícia do momento como se fosse o último. Pra mim, ela passou a ser a primeira e única. Meu ânimo se revigorou em um instante. Fiquei alucinado pelas suas curvas, lábios carnudos e sensualidade naquela dança. Uma mulher misteriosa, um enigma pedindo para ser decifrado ou quem sabe, devorado. Olhei fundo em seus olhos e me aproximei com reverência. Dessa vez, ela me fitou e esboçou um meio sorriso tal qual a Mona lisa. Fui de poucas palavras, apresentando-me com cautela. O barulho da música alta impedia qualquer conversa e então me aproximei dela para ouvi-la; consegui sentir seu hálito adocicado pelo vinho e a visão daqueles lábios carnudos molhados me trouxe uma forte excitação aliada à uma vontade irresistível de beijá-la. Contive-me o máximo para não estragar o momento. Ela me pediu um copo d´água. Sem pestanejar, trouxe-lhe a água o mais rápido possível. Ela riu e disse alguma coisa engraçada sobre mucano, escravo, sei lá..estava tão inebriado por aquela mulher, um desejo tão a flor da pele que apenas estar ali ao lado dela já era muito pra aquela noite. Ela bebia lentamente, deixando pingar algumas gotas em seu generoso decote. Acompanhei cada gotícula que pingava e desciam entre seus seios, misturando-se ao suor, o cheiro inebriante daquele perfume, aquele lindo pescoço e a minha sede misturada a fome e ao desejo por aquela mulher. Abriu um sorriso, mostrou-me a taça vazia e ordenou que eu lhe trouxesse mais vinho. O olhar altivo e a voz imperativa, pressenti que era esse o jogo: eu seria o seu escravo. Pegou sua taça cheia e deu-me as costas em direção ao hall. Provocou-me com um rebolado lascivo, a calça jeans justa revelando suas curvas, ampliando os limites da luxúria em meu pensamento. Antes de chegar a janela, não contive a minha sana e num ato de puro instinto animal puxei seu corpo pelos quadris e beijei sua boca com toda a necessidade e tesão que explodiam em mim. A química dos corpos foi inevitável. Uma explosão de sentidos se fez presente, dois mundos se colidindo e ampliando espaços. Tal como acontece em estados de transe, o tempo parou. Seu corpo tremeu junto ao meu, a fusão de opostos impedida pelas roupas que nos cobriam. Nossas línguas quentes passeavam uma na outra, mãos febris e vontades irrefreáveis. Estávamos mais próximos agora. Bebi do vinho pela sua boca que respigou em minha blusa branca. Fui atingido em cheio por aquela mulher. Agarrando-a pelos cabelos, fui firme e viril: não querias um escravo? Pois agora, terás um que lhe servirá e muito naquilo que tanto precisas...Naquela noite sem pretensão, fui escravo dela que unicamente me pedia mais e mais com força e sempre tesão.

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