domingo, 28 de dezembro de 2008

Apocalipse

Procurei por ela nos meus textos, nos rascunhos, no blog, nas arquivos de word. Não encontrei. Pensei onde ela teria ido. O lugar dela era ali, cristalizada em contos, não a vagar pela realidade. Aquele tipo de mulher não poderia estar a solta por aí. Perigosa demais, mulher demais. Por isso que sempre a contive nos textos, frutos de mera imaginação. Mas de algum modo escapoliu, saiu, fugiu. Se libertou da prisão que lhe dei por lar. Sumiu. E demorou até que a achasse. Encontrei-na linda, perfeita, forte e como sempre desafiando-me. Olhou-me de frente, encarou. Não desviou. Ousada, me fitou. Ali no espelho, se revelou. A mulher ganhou vida, era a própria vida, nunca mera imaginação.

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