EU FUGI DO AMOR DELE
FOI DE SEU AMOR QUE EU FUGI
ME AFUGENTEI NA DENSIDADE DA FLORESTA
ME ESQUIVEI NOS DESLISES QUE SÃO MEUS
FINGI RAIVA E RANCOR
NÃO SEI PERMANECER ONDE HÁ AMOR
QUERO O SIMPLES E O FÁCIL
MAS POR VEREDAS DIFÍCEIS E COMPLICADAS ME EMBRENHO
QUERO SOLTAR AS AMARRAS QUE ME PRENDEM À LIBERDADE
QUERO ME LIBERTA NA PRISÃO QUE DO AMOR PENSO
NÃO SEI FICAR DO SEU LADO SE ME DIZ "EU TE AMO"
LONGE DELE NÃO SEI ESTAR, MAS SE PERTO, QUE ELE NÃO ME TENHA AMOR
MAS SE FOR AMOR, ME OFEREÇA AOS POUCOS
PARA QUE ASSIM ME ACOSTUMANDO, NÃO O REJEITE PELA DOR
A DOR DE SER AMADO DO JEITINHO QUE SE É
A DOR DE SER QUERIDO SENDO AMANTE OU MENINA, AINDA MAIS SENDO MULHER
segunda-feira, 24 de março de 2008
sábado, 15 de março de 2008
Paciência
Paciência
Lenine
Composição: Lenine e Dudu Falcão
Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaA vida não pára...Enquanto o tempoAcelera e pede pressaEu me recuso faço horaVou na valsaA vida é tão rara...Enquanto todo mundoEspera a cura do malE a loucura fingeQue isso tudo é normalEu finjo ter paciência...O mundo vai girandoCada vez mais velozA gente espera do mundoE o mundo espera de nósUm pouco mais de paciência...Será que é tempoQue lhe falta prá perceber?Será que temos esse tempoPrá perder?E quem quer saber?A vida é tão raraTão rara...Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaMesmo quando o corpo pedeUm pouco mais de almaEu sei, a vida não páraA vida não pára não...Será que é tempoQue lhe falta prá perceber?Será que temos esse tempoPrá perder?E quem quer saber?A vida é tão raraTão rara...Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaEu sei, a vida não páraA vida não pára não...A vida não pára!...A vida é tão rara!...
Lenine
Composição: Lenine e Dudu Falcão
Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaA vida não pára...Enquanto o tempoAcelera e pede pressaEu me recuso faço horaVou na valsaA vida é tão rara...Enquanto todo mundoEspera a cura do malE a loucura fingeQue isso tudo é normalEu finjo ter paciência...O mundo vai girandoCada vez mais velozA gente espera do mundoE o mundo espera de nósUm pouco mais de paciência...Será que é tempoQue lhe falta prá perceber?Será que temos esse tempoPrá perder?E quem quer saber?A vida é tão raraTão rara...Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaMesmo quando o corpo pedeUm pouco mais de almaEu sei, a vida não páraA vida não pára não...Será que é tempoQue lhe falta prá perceber?Será que temos esse tempoPrá perder?E quem quer saber?A vida é tão raraTão rara...Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaEu sei, a vida não páraA vida não pára não...A vida não pára!...A vida é tão rara!...
Ouro de Tolo - (Raul Seixas)
Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
Sou dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar um corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos aqui na cidade maravilhosa
Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado
E agora me pergunto: e daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concebido o Domingo
Pra ir com a familia no Jardim Zoologico dar pipoca aos macacos
Ah mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado
Macaco, praia, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho se sentir um grandesíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
E que só usa dez por cento de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
E que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social
Eu é que não me sento no trono de um apartamento
Com a porta escancarada, cheia de dentes , esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador
Sou dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar um corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos aqui na cidade maravilhosa
Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado
E agora me pergunto: e daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concebido o Domingo
Pra ir com a familia no Jardim Zoologico dar pipoca aos macacos
Ah mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado
Macaco, praia, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho se sentir um grandesíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
E que só usa dez por cento de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
E que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social
Eu é que não me sento no trono de um apartamento
Com a porta escancarada, cheia de dentes , esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador
segunda-feira, 3 de março de 2008
A flor
A flor estava no jardim da casa de Marta.
Não sabia que estava num jardim.
Sabia poucas coisas. Mas começou a murmurar:
"Como eu falo! Como falamos!
Eu quero o silêncio. Eu quero o Nada e o descanso."
Vida, que era o nome da flor, estava tendo um de seus momentos de exasperação. E continou:
"Eu quero sair desse instante que não existe mas no qual estou eternamente dentro. Quero a plenitude dos tempos, a eternidade livre e solta."
As outras flores, as rosas e as plantas se dividiam. Algumas silenciavam para ouvir suas palavras pouco compreensíveis. Outras meneavam a cabeça desaprovando Vida em seu louco ato, julgavam-na. Mas ela não ficava tímida. Na verdade parecia que só havia ela naquele momento e aumenta o volume da voz:
"Por isso quero cair. Quero cair num abismo sem fim, mas não para sempre. Quero experimentar o outro. Quero o Deus. Aquele amigo que me trouxe aqui e cuidava de mim sempre."
Cibele, uma margarida gorduchinha, pergunto a Vida o que acontecera que a deixou tão agitada daquela forma. Dizendo aquelas coisas que eram tão difíceis de compreender. Vida respondeu:
"Eu senti ontem a existência, tive consciência. Saí de mim e voltei, eu estava lá. Não me vi, mas eu saí e voltei. Foi bom. Sensações. Emoções."
A margarida não conteve o riso de canto da boca, então chorou de rir. Mas isso Vida sequer notou e continuou seu discurso ao infinito em tom de desapontamento:
"Não mando em mim. Eu não quero ser sincera agora. Não vou falar sobre o que deveria - o que é relevante agora. Vou fingir e fugir. Vou embora"
Cibele já tinha parado de rir. Estava concentrada ouvindo o que a outra flor falava. Mas Vida silenciou. Logo em seguida já estava falando da velha borboleta Úrsula. Sim, já fofocava com a orquídea Lua!
Entretanto, a margarida Cibele estava compenetrada.Tentava organizar todas aqueles palavras soltas. Eram como as folhas da amendoeira quando voam no outono.
Não sabia que estava num jardim.
Sabia poucas coisas. Mas começou a murmurar:
"Como eu falo! Como falamos!
Eu quero o silêncio. Eu quero o Nada e o descanso."
Vida, que era o nome da flor, estava tendo um de seus momentos de exasperação. E continou:
"Eu quero sair desse instante que não existe mas no qual estou eternamente dentro. Quero a plenitude dos tempos, a eternidade livre e solta."
As outras flores, as rosas e as plantas se dividiam. Algumas silenciavam para ouvir suas palavras pouco compreensíveis. Outras meneavam a cabeça desaprovando Vida em seu louco ato, julgavam-na. Mas ela não ficava tímida. Na verdade parecia que só havia ela naquele momento e aumenta o volume da voz:
"Por isso quero cair. Quero cair num abismo sem fim, mas não para sempre. Quero experimentar o outro. Quero o Deus. Aquele amigo que me trouxe aqui e cuidava de mim sempre."
Cibele, uma margarida gorduchinha, pergunto a Vida o que acontecera que a deixou tão agitada daquela forma. Dizendo aquelas coisas que eram tão difíceis de compreender. Vida respondeu:
"Eu senti ontem a existência, tive consciência. Saí de mim e voltei, eu estava lá. Não me vi, mas eu saí e voltei. Foi bom. Sensações. Emoções."
A margarida não conteve o riso de canto da boca, então chorou de rir. Mas isso Vida sequer notou e continuou seu discurso ao infinito em tom de desapontamento:
"Não mando em mim. Eu não quero ser sincera agora. Não vou falar sobre o que deveria - o que é relevante agora. Vou fingir e fugir. Vou embora"
Cibele já tinha parado de rir. Estava concentrada ouvindo o que a outra flor falava. Mas Vida silenciou. Logo em seguida já estava falando da velha borboleta Úrsula. Sim, já fofocava com a orquídea Lua!
Entretanto, a margarida Cibele estava compenetrada.Tentava organizar todas aqueles palavras soltas. Eram como as folhas da amendoeira quando voam no outono.
Abismo - 08/04/2004
Você fez pouco caso de mim
Mesmo que não tenha feito
Eu interpretei assim
Agora nem que você queira
Irei te ouvir
Mesmo que você deseje
Jamais me terás aí
Pois longe te mantivestes
E eu te esperando aqui
Meus planos foram frustrados
Por teu proceder ruim
Sonhos de uma bela amizade terna
Por tuas mãos tiveram fim
E mais que antes entre nós
há um abismo que eternamente
nos separará, enfim.
Mesmo que não tenha feito
Eu interpretei assim
Agora nem que você queira
Irei te ouvir
Mesmo que você deseje
Jamais me terás aí
Pois longe te mantivestes
E eu te esperando aqui
Meus planos foram frustrados
Por teu proceder ruim
Sonhos de uma bela amizade terna
Por tuas mãos tiveram fim
E mais que antes entre nós
há um abismo que eternamente
nos separará, enfim.
Te amaria - 18/04/04
Te amaria se houvesse em mim amor
Te amaria se quisesse criar amor
Te amaria se da liberdade eu quisesse me distanciar
Te amaria se limites desejasse a minha existência
Te amaria, sim, muito te amaria
Se houvesse no amor possibilidades infinitas de amar
Se soubêssemos o dom do amor partilhar
Se criassemos meios de vivê-lo sem manipular
E talvez te amasse
Se amor ao invés de prisão
me viesse libertar
Te amaria se quisesse criar amor
Te amaria se da liberdade eu quisesse me distanciar
Te amaria se limites desejasse a minha existência
Te amaria, sim, muito te amaria
Se houvesse no amor possibilidades infinitas de amar
Se soubêssemos o dom do amor partilhar
Se criassemos meios de vivê-lo sem manipular
E talvez te amasse
Se amor ao invés de prisão
me viesse libertar
Espelho
Olho para você e me vejo
Denuncio o que em você me agride
Porque o teu defeito em mim está
Detesto em você o que vejo aqui
Você é meu espelho
Em você vejo quem sou e teimo em negar
Sua vaidade, sua arrogância,
sua prepotência e desonestidade
Sua mentira, hipocrisia e falsidade
Sua ridicularidade
Vivos em cada pulsar
Por isso esteve aqui
Ao redor e próximo de mim
Eu admirava o homem que há em você
Assim na verdade admirava a mim
Mas cansei dissoDe em você me observar
Conheço-te, menos do que me propus
Não confunda isso com amar
Me amo no reflexo do teu ser
Admiro tudo em você que
também dentro de mim há
Sua face menos polida
Teu olhar sem qualquer paz
Não a tua verdade,mas a tua mentira
que dificilmente se desfaz
Não te amo nem te amei
Jamais haverei de amar
Conheço quem você é
Não adianta disfarçar
Odeio em você tudo aquilo que julgo: não tem aqui
Mas sou igualzinho a você
Você idêntico a mim
Denuncio o que em você me agride
Porque o teu defeito em mim está
Detesto em você o que vejo aqui
Você é meu espelho
Em você vejo quem sou e teimo em negar
Sua vaidade, sua arrogância,
sua prepotência e desonestidade
Sua mentira, hipocrisia e falsidade
Sua ridicularidade
Vivos em cada pulsar
Por isso esteve aqui
Ao redor e próximo de mim
Eu admirava o homem que há em você
Assim na verdade admirava a mim
Mas cansei dissoDe em você me observar
Conheço-te, menos do que me propus
Não confunda isso com amar
Me amo no reflexo do teu ser
Admiro tudo em você que
também dentro de mim há
Sua face menos polida
Teu olhar sem qualquer paz
Não a tua verdade,mas a tua mentira
que dificilmente se desfaz
Não te amo nem te amei
Jamais haverei de amar
Conheço quem você é
Não adianta disfarçar
Odeio em você tudo aquilo que julgo: não tem aqui
Mas sou igualzinho a você
Você idêntico a mim
A rosa
A rosa era viva.
Também era bela.
Mas já não podia suportar a afixia em sua redoma.
O mundo sendo grande, sem limites.
Além do vidro, além da fina muralha transparente
que lhe limitava a vida.
Ela também queria existir lá.
Também era bela.
Mas já não podia suportar a afixia em sua redoma.
O mundo sendo grande, sem limites.
Além do vidro, além da fina muralha transparente
que lhe limitava a vida.
Ela também queria existir lá.
AçnAduM
É como se fossem as mesmas.
Mudaram por fora.
Por dentro eram as mesmas.
Os temores ainda tinnham poder sobre elas.
Não sabiam como domá-lo. Ainda não tinham conseguido aprender.
Assim surgia mais um temor: será que um dia conseguiriam sair da roda de suas enfadonhas vidas?
Mas era que gostavam daquela vida.
Gostavam do medo e da reclusão.
Gostavam da clausura. Tinham toda liberdade do mundo, mas optavam por viver no interior de seus interiores. Solitárias. Sequer se viam.
Mas estavam ali vivendo uma do lado da outra.
Ambas sofriam e gostavam.
Cultuavam a nostalgia e a dor.
Amavam na solidão a ausência do amor.
Nisso amavam o amor, a ninguém mais.
Pensaram por um segundo que tinham mudado.
Por um instante quiseram mudar.
Mas o tempo revelou a verdade: não foram longe.
Mudaram por fora.
Por dentro eram as mesmas.
Os temores ainda tinnham poder sobre elas.
Não sabiam como domá-lo. Ainda não tinham conseguido aprender.
Assim surgia mais um temor: será que um dia conseguiriam sair da roda de suas enfadonhas vidas?
Mas era que gostavam daquela vida.
Gostavam do medo e da reclusão.
Gostavam da clausura. Tinham toda liberdade do mundo, mas optavam por viver no interior de seus interiores. Solitárias. Sequer se viam.
Mas estavam ali vivendo uma do lado da outra.
Ambas sofriam e gostavam.
Cultuavam a nostalgia e a dor.
Amavam na solidão a ausência do amor.
Nisso amavam o amor, a ninguém mais.
Pensaram por um segundo que tinham mudado.
Por um instante quiseram mudar.
Mas o tempo revelou a verdade: não foram longe.
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