"Estas meninas são quase sempre apelidadas com algum termo pejorativo, visando associá-las maldosamente a características masculinas: 'Joãozinho', 'Maria Machadinha' e 'Molequinho' são apenas alguns dos termos com que essas meninas 'cinéticas' são rotuladas.
Assim como os meninos, elas são facilmente notadas em meio a um grupo de crianças, na vizinhança, na sala de aula. Bagunceiras, ousadas e frequentemente respondonas, dificilmente irão se divertir com as brincadeiras tipicamente taqlhadas para as meninas. Brincar de casinha? Só se a casinha estiver pegando fogo e elas forem as heroínas que salvarão as famílias da 'flambagem' certa. Ser a mamãe e fazer a comidinha certamente as faria bocejar, pois tal tipo de brincadeira não oferece a estimulação atrativa de que necessitam para se manterem concertradas e interessadas. Daí, não é preciso ter muita imaginação para concluir que, provavelmente, elas terão problemas de relacionamento com seus coleguinhas. Elas têm dificuldades em se adaptar à placidez da maioria dos brinquedos femininos e sentem-se, talvez, atraídas pela maior atividade proporcionada pelas traquinagens dos garotos. Mas enfrentam a possibilidade de rejeição ou de não poder acompanhá-los no nível de risco e agressividade de suas brincadeiras. Afinal, elas não deixam de ser meninas.
[...]
O fato é que elas chegam à adolescência e idade adulta quase sempre se autorecriminando a cada passo, cada atitude, pensamento e declaração fora do padrão imposto. Para a maioria dessas mulheres, ninguém está lá para lhes dizer que é esta justamente a sua marca, que dessas características provavelmente emergirão seus talentos e que elas devem buscá-los e desenvolvê-los."
(SILVA, Ana B. Barbosa. Mentes Inquietas. TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade. p 49; 52)
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