terça-feira, 17 de junho de 2008

A cortina bailava
Ao sopro frio do vento
Na praia as ondas batiam
Dançavam o mesmo movimento

No quarto da janela eu via
O horizonte além me chamar
De casa queria que eu saísse
Para o mundo inteiro conquistar

Aquele era meu refúgio, meu amparo
Guardada do amor pelo mar
Não queria da segurança sair
Nem coisa alguma conquistar

Levantei fechei cortina e janela
Na esperança de não mais ouvir
O chamado de uma voz de esperança
Que insistente chamava por mim

Abracei o travesseiro e
Cobri-me da cabeça aos pés
Tentando em um sonho fugir
E permanecer isolada em segurança
De todo mistério do porvir

Mas janela cortina e paredes
Não foram suficientes para impedir
O clamor e a melodia amorosa
Que por todo o quarto começou a surgir

Levantei muito temorosa
Hesitante pelo que poderia vir
Mas num átimo ergui a cabeça
Confiante de o meu destino cumprir

Abri a janela e gritei alto
Que ao mundo iria sair
O abrigo mais seguro era eu
Eu que sempre morei em mim